15 de setembro de 2016

Fátima: Os primeiros sábados

1 comentário:
A irmã Lúcia com a imagem que mais gostava
Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Aparição de 13 de julho 1917

A aparição do dia 13 de julho foi sem dúvida a mais rica em conteúdos e também a mais emblemática da mensagem de Fátima. É nesta aparição que as três partes do segredo são reveladas por Maria aos pastorinhos e foi nesta aparição que Maria falou pela primeira vez na devoção dos 5 primeiros Sábados de cada mês.

Uma das razões pelas quais Lúcia ficou na terra enquanto os seus primos foram levados para o Céu logo após as aparições, foi para divulgar na terra a devoção ao Imaculado Coração de Maria e propagar a prática dos cinco primeiros Sábados de cada mês.

Modus operandi
Passados uns anos, em 1925, quando Lúcia já era irmã Doroteia, a Nossa Senhora apareceu-lhe para lhe recordar a prática dos primeiros sábados que tinha pedido em 1917. Desta vez a Virgem Santíssima relatou detalhadamente como devia ser feita. E como tivessem surgido algumas dúvidas sobre o modo de a fazer, o menino Jesus apareceu-lhe a 15 de Fevereiro no ano seguinte 1926 para lhe perguntar se já tinha espalhado a devoção à Sua santíssima mãe, e resolveu o problema dos que não pudessem confessar-se mesmo no dia de sábado podendo faze-lo qualquer dia do mês com tal de estarem em graça no sábado para fazerem a comunhão reparadora.

Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante cinco meses, ao primeiro sábado, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem o Terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.» Aparição de Nossa Senhora no quarto da Lúcia, em Pontevedra a 10 de dezembro de 1925

Para entender por que se deve desagravar o Coração de Maria, é preciso entender que a gravidade de uma ofensa é proporcional à dignidade da pessoa que se ofende. Não é a mesma coisa ofender uma pessoa da rua e ofender a nossa própria mãe; a ofensa pode ser a mesma, mas a gravidade é diferente quando se trata da nossa própria mãe. Sto. Tomás diz na Suma Teológica que a Virgem Maria, por ser mãe de Deus tem uma certa dignidade infinita, proveniente do bem infinito que é Deus.

As ofensas feitas a Nossa Senhora são mais graves, porque a Virgem Maria está numa ordem diferente na qual todos nós estamos; os anjos e os santos vivem na ordem da Glória, pois vêm a Deus cara a cara; nós, se vivemos em amizade com Deus, estamos na ordem da Graça. Maria por ser mãe de Jesus uma pessoa divina, ela participa de alguma maneira na união hipostática; por isso as ofensas feitas à Nossa Senhora são graves pois indiretamente são ofensas feitas ao mesmo Deus.

Quando Nossa Senhora aparece com o seu coração coroado com uma coroa de espinhos como a cabeça do seu filho, ela quer mostrar de uma forma simbólica fácil de entender quanto ela sofre as “blasfémias e ingratidões”. Se o filho sofre a mãe também sofre.

Porque é que a Nossa Senhora nos pede esta prática dos cinco primeiros sábados? Porque ela sabe do mal que nos causamos a nós mesmos quando ofendemos o coração dela. A Virgem Maria está gloriosa no Céu, ela já não pode sofrer mais; é o feedback ou as consequências das nossas ofensas feitas a ela que a preocupam. Quando um filho bate num pai ou numa mãe idosa o mal maior deste filho não é o que é feito ao pai ou à mãe, mas o que é feito a si mesmo; um mal terrível que se um dia vem a ter consciência dele os remorosos vão consumi-lo.

Quando um confessor da irmã Lúcia lhe perguntou porque cinco sábados e não 7, como numero perfeito na bíblia? A Irmã Lúcia referiu a pergunta a Nosso Senhor, que assim lhe respondeu: "Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria.
  1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
  2. Contra a sua virgindade;
  3. Contra a maternidade divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
  4. Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
  5. Os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens"
Aparte alguns não cristãos, são muitos os cristãos protestantes que ofendem a Maria e entre os católicos há certos países que têm o vício de blasfemar, como a Itália e a Espanha. Em Portugal ninguém, nem cristão nem ateu nem agnóstico algum blasfema contra Deus nem contra Maria.

Esta ofensas têm de ser reparadas, ou seja, a ordem natural das coisas tem de ser reposta. Para isto devemos realizar quatro atos: uma confissão com a intenção de reparar ou desagravar, a comunhão feita com a mesma intenção, a reza do Santo Rosário, e 15 minutos de meditação nos mistérios da vida de Jesus.

Confissão
Alem de ser uma confissão pessoal, dos nossos próprios pecados se os temos, e sempre os temos; esta confissão tem uma outra dimensão: é uma confissão devocional, ou seja, nós fazemo-la pelos que não a fazem, pedirmos perdão pelos pecados dos outros; mais uma vez a dimensão missionária de Fátima, a piedade não só ao serviço da nossa santificação, mas ao serviço da santificação dos outros.

A confissão deve ter uma intenção reparadora; no caso de esquecer esta intenção recorda-la na próxima; não tem de ser feita no sábado, pode ser feita noutro dia basta que no primeiro sábado a pessoa esteja em estado de Graça.

Sagrada Comunhão
Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.  João 6, 53

São muitos os cristãos que abandonaram a prática dominical; e entre os que ainda a mantêm há anos que não se consideram dignos de receber o corpo e sangue do Senhor. Fazemos esta comunhão reparadora não tanto por nós, mas por todos estes que não fazem corpo connosco, que não estão em comunhão plena com Cristo e a sua Igreja, vides não desligadas da cepa que é Cristo. (João 15, 5)

Rosário
Rezado com a intensão de reparar o coração Imaculado de Maria, rezamos o Rosário por todos aqueles que não o rezam todo os dias; os que ainda não descobriram a riqueza desta oração o tempo passado na contemplação dos mistérios de Cristo na história da nossa salvação.

15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário
Estes 15 minutos são para estar com o Senhor contemplando os seus mistérios, 15 como eram inicialmente ou 20 como são agora; como a meditação ou contemplação é ao Senhor, pode ser ante a exposição do Santíssimo, e pode também ser uma meditação da Palavra de Deus tipo Lectio divina como muitos cristão hoje fazem; o importante é que sejam 15 minutos para estar a sós com Jesus escondido sacramentalmente no sacrário, espiritualmente no nosso coração.

O valor desta Campanha
É evidente que tantos as ofensas como os atos de amor a Deus, revertem em nós. Deus não precisa do bem que lhe fazemos e o mal que lhe fazemos não o atinge.  Tanto o mal como o bem fica com quem o pratica. É fundamentalmente nós que nos fazemos mal e Deus sofre não porque sofra algum mal que lhe façamos, mas sim porque esse mal que pretensamente lhe fazemos reverter para nós; “Volta-se o feitiço contra o feiticeiro” “Quem mal quer fazer mal lhe há-de acontecer, diz o povo.

Muitas campanhas fazem-se para despertar um valor adormecido, na esperança de que uma vez despertado uma determinada pratica continue. As campanhas fazem-se para vencer a inércia do estaticismo, e uma vez em movimento a esperança é que se continue. Assim acontece nas práticas comerciais quando se anunciam novos produtos ou se quer que certos produtos voltem a ser consumidos. A mesma lógica opera nas práticas religiosas; é difícil tirar as pessoas de uma vida medíocre, do imobilismo e da apatia espiritual, do “dolce fare niente”.

Em dialogo com o menino Jesus na aparição de Tuy a 15 de fevereiro de 1926 acerca ainda da prática dos primeiros Sábados, e porque o confessor de Lúcia tinha expressado certas reservas em relação à importância desta prática:

– Mas o meu Confessor dizia na carta que esta devoção não fazia falta no mundo, porque já havia muitas almas que Vos recebiam, aos primeiros sábados, em honra de Nossa Senhora e dos 15 Mistérios do Rosário.

– É verdade, minha filha, (responde o menino Jesus) que muitas almas os começam, mas poucas os acabam; e as que os terminam, é com o fim de receberem as graças que aí estão prometidas; e Me agradam mais as que fizerem os cinco com fervor e com o fim de desagravar o Coração da tua Mãe do Céu, que os que fizerem os 15, tíbios e indiferentes…

Em todas as campanhas tem de haver um fator aliciante, para tirar as pessoas da sua inércia, é preciso prometer algo em troca; nesta é a promessa de assistência, na ora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dos que forem fiéis nesta prática. Mas é claro que Deus, como refere o menino Jesus à irmã Lúcia, prefere aqueles que fazem a prática por puro amor e não por razões de “mercantilismo espiritual.
Pe. Jorge Amaro, IMC

1 de setembro de 2016

Se Maomé não vai à montanha...

Sem comentários:
Cada cabeça sua sentença - É inevitável que surjam conflitos nas relações humanas e o resultado final, de vivas discussões e polémicas entre indivíduos com personalidades diferentes e posições antagónicas sobre o mesmo tema, é muitas vezes a desavença e o cortar as relações.

É frequente que nenhuma das partes reconheça que ofendeu e ambas se sintam ofendidas. É muito provável que a divergência na mesma atribuição da culpa se deva ao facto de que ambas as partes sejam ao mesmo tempo ofensores e ofendidos.

Para restabelecer a harmonia e a paz, os ofensores devem pedir perdão, os ofendidos devem perdoar. Quando uns e outros fazem o que se espera que façam, para restabelecer a comunicação, o conflito cessa, uma paz mais forte e duradoira é restabelecida entre ambas as partes que se sentem satisfeitas, ainda que inicialmente tivessem que contradizer e superar os seus instintos básicos e engolir o seu orgulho.

No entanto, na realidade muitas vezes não é isso o que acontece. Há ofensores que nunca pedem perdão e ofendidos que nunca perdoam.

É de esperar que Maomé vá à montanha
Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta. Mateus 5, 23-24

O evangelho acima citado pede aos agressores que reconheçam a sua culpa e peçam perdão. Mas se estes não o fazem, para evitar o imobilismo, a situação de impasse que se cria, o evangelho manda que seja o agredido a ir ter com o agressor. Situação que é descrita ao pormenor em Mateus 18, 15-18.

É das primeiras perguntas que Deus dirige ao homem na bíblia: “Onde está o teu irmão? (Génesis. 4, 9) à qual não posso responder, encolhendo os ombros e dizer que não sei, que não sou guardião do meu irmão, como disse Caim. Se buscamos amar o próximo como a nós mesmos, damo-nos conta de que de facto até somos guardiães dos nossos irmãos.

Quando nos colocamos diante de Deus, como o fiel do texto de Mateus, Deus atua como um espelho, e faz-nos ver quem somos, e como nos relacionamos com os nossos irmãos; é, portanto, impossível que ali não nos recordemos do mal que fizemos aos nossos irmãos. Se não damos ouvidos à voz da consciência, pedindo perdão ao nosso irmão, somos hipócritas; podemos rezar e fazer todo tipo de praticas religiosas, Deus volta-nos as costas, enquanto não nos reconciliarmos como o nosso irmão.

O segundo mandamento é o amor ao próximo, e como não podemos amar a Deus, que não vemos se não amamos o próximo que vemos, (1ª João 4,20), só quando amamos o próximo manifestamos e provamos que amamos a Deus; como sugere o capitulo 25 do evangelho de São Mateus, a Deus ama-se no próximo ou não se ama:  Tudo o que fizeste a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeste…

O juízo final como o descreve o evangelista, é sobre o mandamento do amor ao próximo e não sobre o mandamento do amor a Deus. É por tanto de certa forma um julgamento civil e não religioso. Com isto podemos concluir que toda a prática religiosa que não leve a um crescimento pessoal, a sermos melhores como pessoas, e a melhorar as nossas relações com os outros, é ópio e alienação.

Muitos Maomés não vão à montanha
Quando era pequeno gostava muito de brincar com o meu gato e ficava maravilhado pela sua agilidade; para pô-la à prova, agarrava-o pelas quatro patas e deixava-o cair de costas e qualquer que fosse a distância do solo, ele virava-se sempre e caía sobre as quatro patas.

Tal como o meu gato há muitos ofensores que caem sempre de pé. Nunca admitem que fizeram mal e procuram desculpabilizar-se a si mesmos. Racionalizam o seu comportamento; dizem que foi sem querer, que não foi por mal; por muito que a alguns custe admitir, onde há fumo há fogo; onde há ofendido houve ofensor, e nunca nenhuma ofensa se fez por bem nem para o bem do ofendido, mas todo o contrário.

O tempo tudo cura menos a velhice e a loucura - Também há quem se faça responsável e admita a culpa, mas no seu orgulho entendem que pedir desculpa é humilhar-se perante os outros e esperam que o tempo sare a ferida do agredido. A psicologia diz-nos que não é isso o que acontece. Quando pedimos perdão a ofensa é retirada; quando não o pedimos ela permanece no coração do ofendido e provavelmente vai juntar-se a outras anteriores, fazendo crescer o ressentimento e envenenando o relacionamento posterior.

Não pedir perdão é como uma ferida que aparentemente parece sarada porque logo fecha; no entanto por debaixo da pele, que a cobre, o tecido vai apodrecendo, criando pus e mudando de cor; quando menos se espera rebenta, criando uma situação pior que a inicial.

Muitas vezes ficamos admirados ante a desproporcionada irascibilidade e explosão de certas pessoas ante uma pequena ofensa, porque desconhecemos que essa pequena ofensa é só a última gota de água que encheu o depósito da resiliência e resistência anímica dessa mesma pessoa.

Se vos irardes, não pequeis; que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento, nem deis espaço algum ao diabo. Efésios 4, 26-27 – Como sugere São Paulo, o melhor é pedir sempre perdão por cada ofensa e nunca deixar passar a ocasião de o fazer para que não haja um acumular de culpas e de ressentimento.

Para certas pessoas o que torna difícil pedir perdão é a possibilidade de não o obter, assim como eventualidade de também ter que enfrentar a raiva e humilhação da pessoa a quem requeremos o perdão.

Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé
Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganhado o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja… Mateus 18, 15-18

Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé – Esta é a formulação do ditado popular que ouvimos muitas vezes nos mais variados contextos. Historicamente porem a formulação é ao contrário: Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. A primeira aparição deste dito assim formulado é do capítulo 12, dos ensaios de Francis Bacon, publicado em 1625.

Talvez fazendo referencia a Marcos 11:23 se tiveres fé podes mover montanhas, Maomé fez com que as pessoas acreditassem que ele tinha poderes para chamar a si a colina do outro lado do vale para no alto dela rezar pelos observadores da sua lei. Uma e outra vez, Maomé chamou a si a colina, mas esta, evidentemente, não obedeceu e permaneceu hirta no seu lugar. Não se sentindo nem envergonhado, nem humilhado ante a desobediência da colina, disse Maomé airosamente, Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha.

Para evitar o imobilismo, a calma chicha, o mar dos sargaços das relações humanas, ou a guerra fria, o evangelho tem uma palavra a dizer aos ofensores e outra aos ofendidos, como acima vimos. Aos ofensores exorta-os a pedir perdão a quem ofenderam. Na eventualidade de que estes não o façam, não cumpram o seu dever, podemos e devemos perdoar-lhes no nosso íntimo, como Jesus no alto da cruz aos seus algozes.

Perdoar no nosso íntimo é insuficiente e não é pedagógico nem para nós ofendidos nem para os ofensores pois é um comportamento passivo. O ideal é um comportamento proactivo assertivo: ir ter com eles de bandeira branca içada como sugere o evangelho acima citado. Primeiro a sós, depois com outra pessoa de preferência um amigo seu, indo alargando gradualmente para mais pessoas, para dar mais força à nossa causa.

Voltando ao exemplo de Jesus, Ele perdoou os seus algozes no seu coração e não foi ter com eles porque estava atado a uma cruz; se tivesse tido liberdade de movimentos é exatamente isso que Ele faria. De facto, foi o que fez; quando levou uma bofetada do servo do sumo sacerdote confrontou-o assertivamente com o seu ato perguntando-lhe porque me bates?

 Não vamos ter com quem nos ofendeu para o acusar, esse seria um comportamento agressivo e contraproducente pois ante uma acusação a tendência natural de todas as pessoas é defender-se. Na esperança de que o nosso agressor se faça responsável pelo seu acto e assim ele mesmo se acuse, tudo o que podemos e devemos fazer ante quem nos ofendeu, é assumir a responsabilidade das consequências do seu acto; ou seja relatar ao nosso agressor, não o mal que nos causou, mas o mal que sofremos.

Como sugere o evangelho,  devemos portanto, ir ter com o nosso agressor e confrontá-lo não com o seu ato, mas com as consequências do mesmo; não com a sua violência, mas com a nossa dor. Esta fala do ato como mais eloquência que a nossa voz acusatória teria, e é infinitamente mais eficiente.

Gramaticalmente a assertividade usa a voz passiva, na esperança de que ante a nossa miséria, aquele que nos agrediu sinta misericórdia e peça nos peça perdão. 
Pe. Jorge Amaro, IMC