15 de outubro de 2019

3 Reagentes da fotosíntese: Água - Sol - Dioxido de carbono

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Einstein provou que a matéria e a energia são uma e a mesma coisa, ou seja, que a matéria existe em forma de energia e a energia existe em forma de matéria. A energia intangível e invisível é suscetível de se transformar em matéria tangível e visível e vice-versa.

Se a matéria e a energia não tivessem esta facilidade de uma se transformar na outra, não haveria vida no nosso planeta. A vida no nosso planeta depende de dois processos químicos: a fotossíntese e a combustão (metabolismo). Os dois processos dependem um do outro, ou seja, para que um se dê, tem de se dar o outro. Pela fotossíntese, as células das plantas transformam a luz solar em energia química; esta energia química é depois queimada pela própria célula na presença do oxigénio.

A fotossíntese é uma função pré-biótica, ou seja, não é em si mesma vida ainda, pois a vida é sempre combustão (combustão lenta ou metabolismo). A fotossíntese é a fabricação de alimento em forma de glicose pelas células; a vida é o queimar desse alimento usando o oxigénio como comburente. A fotossíntese é feita pela vida vegetal que tem a particularidade de fabricar o próprio alimento. Por isso, as plantas não precisam de andar, como os animais.

Porém a reação química que as mantém vivas não é a fotossíntese, mas sim a combustão: elas consomem parte da glicose e parte do oxigénio que produzem para se manterem vivas e ter energia para realizar mais fotossíntese, libertando a outra parte do oxigénio e armazenando a outra parte da glicose para os animais que delas se alimentam. Como a fotossíntese só pode acontecer de dia, ou seja, na presença da luz solar, durante a noite as plantas consomem parte da glicose e do oxigénio que produziram durante o dia. Mesmo assim, ainda acumulam energia, ou seja, crescem e libertam o oxigénio de que os outros seres vivos precisam para viver.
 
Como surgiu a vida no nosso planeta
São as plantas que geram todo o alimento que existe na Terra; sem elas, a Terra seria um planeta morto. Há 4,5 mil milhões de anos a Terra formou-se pela colisão de milhares de meteoritos no sistema solar emergente. A temperatura era tão alta que a superfície da terra era um oceano de lava.

Passados milhões de anos após a formação do planeta, a Terra entrou num processo de arrefecimento gradual e essa alteração originou uma fina camada de rocha em toda a Terra. Com as mudanças ocorridas na temperatura do planeta, que foi arrefecendo, foi expelida do interior da Terra uma imensa quantidade de gases e vapor de água. Esse processo fez com que os gases formassem a atmosfera e o vapor de água favorecesse o surgimento das primeiras precipitações.

Porém, como a temperatura era muito elevada ainda, quando a água da chuva chegava ao solo evaporava-se outra vez e não se fixava no solo. Quando a temperatura do solo desceu a baixo do nível de ebulição da água, esta começou a fixar-se, formando os oceanos. Foi nos oceanos que a vida se formou.

Génese do oxigénio
Pode parecer lógico pensar que, tal como a água é anterior à vida, também o oxigénio que é o comburente da combustão chamada vida, seja anterior à vida. Mas isso não acontece. Primeiro surgiu a vida ou uma forma primitiva de vida e só depois surgiu o oxigénio. Poderíamos dizer que o oxigénio, apesar de ser inorgânico, tem uma origem orgânica. É provável que houvesse algum oxigénio na atmosfera da Terra há 2,4 mil milhões de anos, mas era insuficiente para criar vida. O que fez com que os níveis de oxigénio aumentassem vertiginosamente até atingir 21% do ar, foi um microrganismo chamado cianobactéria ou alga azul esverdeada.

Todo o oxigénio da atmosfera provém da água. A molécula da água é composta por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio. Para que a água se divida nos dois elementos simples que a compõem, é preciso que uma corrente elétrica atue sobre ela. O processo pelo qual a molécula da água se rompe e divide nos dois gases que a compõem é chamado eletrólise e não se dá de uma forma natural. Se se desse de uma forma natural, não precisaríamos de combustíveis fósseis, teríamos uma fonte de energia inesgotável e eternamente renovável.

Muita gente pensa que a fotossíntese é o fenómeno pelo qual as plantas transformam o dióxido de carbono ou CO2 em oxigénio, mas não é assim. O oxigénio não provém de uma reação química do dióxido de carbono, mas sim da água. O oxigénio é produzido na primeira etapa desta, quando ocorre a eletrólise. O primeiro microrganismo que se conhece, responsável pelas primeiras fotossínteses no nosso planeta, é a cianobactéria.

A cianobactéria faz a eletrólise na primeira etapa da fotossíntese, porque está interessada no hidrogénio que a água contém, e liberta o oxigénio porque não está interessada nele. Na verdade, o oxigénio é um subproduto da primeira etapa da fotossíntese. A cianobactéria está interessada no hidrogénio porque este, combinado com o dióxido carbono, vai produzir glicose na segunda etapa da fotossíntese. No entanto, a cianobactéria não conseguiria o hidrogénio em que a água é rica (contém o dobro de hidrogénio em relação ao oxigénio) sem libertar o oxigénio como subproduto.

Os primeiros microrganismos eram termófilos, ou seja, eram capazes de sobreviver em ambientes muito quentes e convertiam substâncias inorgânicas como o enxofre e o carbono em energia. Quando a temperatura da atmosfera desceu para 72ºC, estes microrganismos evoluíram para cianobactérias, pois esta é a temperatura máxima a que a fotossíntese é possível.

Durante milhares de milhões de anos, o oxigénio foi-se acumulando na atmosfera; o que subiu para as camadas mais altas desta transformou-se em ozono. Assim se formou o ambiente e se criaram as condições para a vida se diversificar. Todas as plantas do nosso planeta se alimentam da mesma forma que este microrganismo, pela fotossíntese.

Morfologia das cianobactérias
Também designadas como algas azuis e esverdeadas, já foram catalogados cerca de 150 géneros de cianobactérias e, aproximadamente, 1 500 espécies. Grande parte das espécies vive em águas marinhas, de lagos, rios e até em solos muito húmidos. Existem em diversos formatos: bastonetes, esferas e filamentos.

Medem apenas alguns micrómetros, ou seja, apenas podem ser vistas com a ajuda de microscópios. Têm uma reprodução assexuada, sendo unicelulares, mas podem ser encontradas em colónias ou filamentos. Estes organismos, no ecossistema aquático, formam o chamado fitoplâncton e constituem a base da cadeia alimentar desses ecossistemas. Realizam uma fotossíntese aeróbica (usam a água como fonte de eletrões e libertam oxigénio) e são autotróficos, já que a fotossíntese é a principal forma de obtenção de energia.

As cianobactérias surgiram há aproximadamente três mil milhões de anos na Terra. Esta datação é confirmada a partir de fósseis conhecidos como estromatólitos, que foram formados por esses microrganismos. Por existirem há tanto tempo, acredita-se que as cianobactérias foram as responsáveis pela produção do oxigénio que se acumulou na atmosfera primitiva.

Cronologia da vida na Terra
Há 4,5 mil milhões de anos formou-se a Terra. Depois que a água assentou nos oceanos, formaram-se os primeiros microrganismos termófilos, há cerca de 3,5 mil milhões de anos. Por esta altura, surgiu a cianobactéria, quando a temperatura da água do mar passou a permitir a fotossíntese. As cianobactérias são microrganismos simples formados por células sem núcleo, ou seja, células procariontes.

Há 2 mil milhões de anos nasceram as células eucariontes, ou seja, células com núcleo que são as células fundamentais para a vida - todos os seres vivos, animais e plantas, são compostos por células eucariontes. Há cerca de 570 milhões de anos deu-se a explosão de vida cambriana; a vida diversificou-se e desenvolveram-se os primeiros organismos não vegetais.

Há 438 milhões de anos, as plantas, que até então só existiam no mar, começaram a povoar a Terra. Foram as primeiras a sair do mar, o que é lógico, pois toda a vida na Terra depende delas. Anos depois, há 408 milhões de anos surgiram os primeiros anfíbios, antepassados dos répteis que surgiram há 360 milhões de anos.

A extinção dos dinossauros, os répteis mais emblemáticos do nosso planeta, deu-se há 66 milhões de anos. Destronados estes, a Terra começou a ser governada pelos mamíferos e, de entre estes, destacaram-se os primatas, que surgiram há 55 milhões de anos. O ser humano terá surgido há 5 milhões de anos.

Componentes da fotossíntese
Para que uma planta possa fazer fotossíntese, ou seja, usar a luz solar para a transformar em energia química e poder assim fabricar o seu próprio alimento, precisa de três elementos inorgânicos: a água, a luz do sol e o dióxido de carbono. A estes elementos juntamos as particularidades da célula vegetal, que tem um elemento que as células animais não possuem, os cloroplastos.

Água
A água nos vacúolos controla a intumescência da célula vegetal. Se a planta ficar com pouca água, murcha; uma planta com as folhas murchas, ou seja, que perderam grande parte da sua intumescência por não ter água, diminui de volume e não pode fazer bem a fotossíntese. Devido à capacidade de controlo térmico da água, é possível às plantas absorverem grandes quantidades de radiação solar sem elevação de temperatura.

Mas a água não só facilita a fotossíntese mantendo os vacúolos da célula operacionais, como também faz parte integrante deste processo químico. A planta provoca a fotólise da água, ou seja, decompõe a molécula nos seus elementos simples: hidrogénio e oxigénio. Posteriormente, liberta o oxigénio para a atmosfera, como um subproduto, combinando o restante hidrogénio com o dióxido de carbono do ar para a operação seguinte que é a produção de glicose.

Luz do sol
A luz é uma onda de radiação eletromagnética de fotões cujo comprimento de onda se situa entre a radiação infravermelha e a ultravioleta. A luz que nos parece branca ou transparente revela parte da sua complexidade quando atravessa um prisma ou os cristais de água na atmosfera, formando o arco-íris. Desta radiação eletromagnética, só uma parte é visível ao olho humano, a que vai de 380 a 760 nanómetros.

A luz solar é a única fonte de energia do nosso planeta. Todo o tipo de energia de que dispomos na Terra, em última análise, vem exclusivamente do sol. Sem oxigénio não haveria vida, sem fotossíntese não haveria oxigénio e sem sol não haveria fotossíntese.

É o sol que coloca em movimento os ciclos dos quais depende a vida: o ciclo do oxigénio, o ciclo da água, o ciclo do azoto e tantos outros ciclos. Sem a energia solar este seria um planeta morto e escuro. É a energia solar que torna possível que elementos orgânicos combinados produzam vida orgânica.

Dióxido de carbono
Este gás é hoje muito falado por ser responsável pelo efeito de estufa, que causa o aumento da temperatura atmosférica. É, portanto, encarado como negativo porque não deixa sair o calor da terra para a atmosfera. Mas as plantas precisam dele e a vida em geral precisa dele. Todas as moléculas orgânicas são uma combinação de carbono e hidrogénio; uma molécula que contenha simultaneamente carbono e hidrogénio nunca poderá ser inorgânica.

Na fotossíntese acontece precisamente isto: a combinação do hidrogénio que a planta obteve da decomposição da molécula da água com o dióxido de carbono que obtém da atmosfera, produz a glicose, ou seja, um alimento para a vida. De facto, quanto mais CO2 os humanos emitem para a atmosfera, mais as plantas absorvem e mais depressa crescem.

A capacidade das plantas de retirar CO2 da atmosfera duplicou, como se quisessem solucionar-nos o problema. Por isso, apesar da desflorestação tropical, o manto vegetal do planeta está a aumentar. Mas mesmo assim, todas as florestas terrestres e marinhas não são suficientes para purificar a atmosfera e evitar o aumento da sua temperatura.

Clorofila
A clorofila é a substância que compõe os cloroplastos. A célula vegetal é autótrofa, ou seja, fabrica o próprio alimento. As células animais são heterótrofas porque se alimentam de vida, ou seja, de outros organismos vivos e não fabricam o próprio alimento. De alguma forma, podemos dizer que todo o tipo de vida depende da vida vegetal, ou seja, a vida animal é parasita da vida vegetal.

É certo que a vida animal, sobretudo no que respeita à vida humana, é bem mais complexa que a vida vegetal. Porém ao nível celular, a célula vegetal tem praticamente tudo o que a célula animal tem e mais um organelo que a célula animal não tem: os cloroplastos. Enquanto que que a célula animal só faz metabolismo, ou seja, transforma a matéria (comida) em energia, a célula vegetal não só faz metabolismo, também faz fotossíntese que é o contrário do metabolismo, transforma a energia em matéria (alimento).

Convém recordar que a célula vegetal também tem mitocôndrias que realizam o seu metabolismo que, como o das células animais, é fundamentalmente uma combustão lenta. No entanto, a célula vegetal metaboliza ou queima o alimento que fabricou com a ajuda do comburente oxigénio que também fabricou, e ainda lhe sobra para todos os outros seres vivos que de si dependem.

A clorofila realiza a função principal da fotossíntese: retirar a energia contida na luz solar para produzir hidratos de carbono. Um aspeto interessante é que, quando olhamos para a estrutura atómica da clorofila, vemos enormes semelhanças com a estrutura atómica da hemoglobina. O núcleo da hemoglobina é formado por ferro, que lhe dá a cor vermelha, circundado por átomos de azoto. O núcleo da clorofila é formado por magnésio, que lhe dá a cor verde, rodeado também por átomos de hidrogénio. Os radicais que circundam o núcleo são iguais; a única diferença é que a cadeia de carbono da clorofila é bem maior que a da hemoglobina.

Há vários tipos de clorofila, cada um deles sintonizado com diferentes comprimentos de onda da luz.
  • Clorofila A: é o pigmento que dá a cor azul e está presente em todos os vegetais com clorofila; a absorção ocorre perto do comprimento de onda de 450 nm.
  • Clorofila B: são os pigmentos da cor verde; a absorção ocorre aproximadamente no comprimento de 465 nm.
  • Carotenoides: são os pigmentos das cores amarela, laranja e vermelha, estando presentes em todos os vegetais; a absorção ocorre aproximadamente no comprimento de onda entre 400 e 500 n
  • Ficobilinas: são os pigmentos azuis e vermelhos, e a absorção ocorre no comprimento de onda entre 500 e 600 nm. 
O processo da fotossíntese
É o processo químico e biológico mais importante para a vida no nosso planeta. O segundo seria o metabolismo, mas sem fotossíntese não haveria metabolismo, já que é a fotossíntese que fabrica o combustível e o comburente da combustão a que chamamos metabolismo. A fotossíntese gera a base da cadeia alimentar de todo o planeta.

Todos os dias nos alimentamos de sol, tanto sendo omnívoros como sendo veganos, vegetarianos, carnívoros ou comendo peixe. Em última análise, o que verdadeiramente comemos todos os dias é sol.

Etapa fotoquímica
Na primeira etapa, água mais luz liberta oxigénio pelo eletrólise ou fotólise. Os eletrões livres da molécula da água usam o hidrogénio que também foi libertado pela fotólise como transporte para entrar no organelo cloroplasto, na membrana do tilacoide e o NADPH produz depois também ATP. Estas duas substâncias, o ATP e o NADPH são o resultado final desta primeira etapa, na qual é necessária a luz solar. Estas são as duas substâncias que desencadeiam a etapa seguinte, a etapa bioquímica. O NADPH é redutor, o ATP é energético.

Etapa bioquímica
Esta etapa é bem mais complexa que a primeira, também conhecida como ciclo de Calvin. A fábrica de proteínas mais importante do mundo chama-se RuBisCo. Esta substância capta o dióxido de carbono da atmosfera, mistura-o com ribulose bisfosfato e converte-o em ácido 3-fosfoglicérico. Agora o fabricante é o NADPH que coloca hidrogénio e a energia é fornecida pelo ATP; o resultado final é gliceraldeído - 3-fosfato ou G3P. A fórmula ou equação química é a seguinte:

6CO2 + 6H2O + sol = C6H12O6 + 6O2.

Conclusão
Atualmente, o planeta está coberto de imensas florestas e bosques; no entanto, 70% do oxigénio que consumimos na Terra não provém das plantas terrestres, mas sim das plantas marinhas do oceano. Foi ali que se iniciou a fotossíntese e é ainda aquela fotossíntese que hoje nos faz respirar. Poderíamos então concluir que enquanto que a fotossíntese das plantas da Terra alimenta os nossos corpos, a do mar faz-nos respirar.

A complexa reação química que usa a luz do sol para liberar da água o oxigênio que respiramos, e combina o hidrogênio restante com o dióxido de carbono do ar para produzir a comida que comemos, é de fato o Big Bang da vida na Terra.
Pe. Jorge Amaro, IMC


1 de outubro de 2019

3 Componentes da Célula - Membrana - Citoplasma - Núcleo

1 comentário:
O átomo é a forma mais simples da matéria; toda matéria inorgânica resulta da soma e mistura de átomos. A forma mais simples de vida é a célula; todo tipo de vida resulta da associação de células entre si. Sem átomos não há matéria, sem células não há vida. Como o átomo é trinitário também a célula o é e se divide em membrana, citoplasma e núcleo.

Informação - Energia – tempo/espaço
Toda forma de vida consiste neste três elementos, informação e energia que ocupam um espaço durante um tempo. Todos os sistemas vivos processam informação sem este processo de informação o ser vivo deixa de ser vivo. Esta informação está contida numa molécula chamada ácido desoxirribonucleico, ou "ADN". Que é o código genético da vida; ou seja, a informação essencial, ou base de dados de uma determinada forma de vida.

DNA é composto por um longo duplo filamento de pares de bases, com açúcar e moléculas de fosfato, em espiral formando uma dupla hélice, como uma escada torcida com os pares de base formando os degraus, e as moléculas de açúcar e fosfato os dois lados verticais da escada. As informações para a construção de todas as proteínas de que o nosso corpo é formado são codificadas em moléculas de DNA. Em outras palavras, é o DNA que ordena às células que proteínas para fazer.

Desde a cor da nossa pele à cor dos nossos olhos e cabelo, a nossa estatura e até mesmo doenças que podemos vir a desenvolver no tempo, todas as informações sobre a nossa vida corporal estão contidas no DNA; precisamente porque contem em si tão preciosa informação, o DNA “está fechado às sete chaves”, dentro do núcleo de cada uma das nossas células.

A formação de proteínas, é um processo muito complexo. Quando uma proteína em particular é necessária, para manter o DNA seguro e inalterado, a instrução sobre a molécula do DNA para fazer essa a proteína é copiada dentro do núcleo para outra molécula chamada ácido ribonucleico, ou RNA, que é semelhante ao DNA, mas ao contrario deste, composto por dois filamentos em forma de hélice, o RNA é composto por um só filamento também em forma de hélice e pode ser encontrado tanto no núcleo como no citoplasma da célula.

Para que tudo isto funcione precisa de uma fonte de energia essa fonte de energia é o sol em última análise pois toda forma de energia provém dele. Pelo fenómeno da fotossíntese, as células transformam a energia solar na energia química a qual vai alimentar ou fazer com que todos os processos vitais se realizem.

Podemos agora definir biologicamente a vida como sendo o que distingue os reinos vegetal ou animal dos minerais e metais; o distingue o mundo inorgânico do mundo inorgânico, o mundo inerte do mundo animado. Um ser vivo é um organismo que se autocontém e mantém certa independência do meio em que habita. Mantém um equilíbrio interno ou homeostasia, é composto por uma ou mais células, que possuem um metabolismo consistindo em reções químicas que mantém a vida; tem a capacidade de crescer adaptar-se ao meio, responder a estímulos, reproduzir-se e morrer.

Acredito que a vida tenha surgido espontaneamente na Terra quando foram criadas as condições para que tal acontecesse. Deus deu o pontapé de saída com o Big Bang e que o resto foi surgindo espontaneamente numa continua sucessão de causa – efeito – causa… e assim sucessivamente até chegarmos à vida humana.

Porém tudo aconteceu segundo os desígnios de Deus que sabia de antemão o resultado final da sequência de causa – efeito; ou seja, sabia que levaria ao surgimento de um ser, o ser humano, semelhante a Ele. De facto, tal como Deus o ser humano tem também a capacidade de criar, a única diferença é que Deus cria do nada enquanto que o ser humano mistura elementos já criados para os transformar em substâncias novas.

Todos sabemos que a matéria viva ou orgânica é composta por elementos inorgânicos, porém a passagem do inorgânico ao orgânico é ainda hoje o mistério número um da biologia. Muitos cientistas têm provado recriar as condições da Terra quando a vida começou colocando neste ambiente os elementos fundamentais à vida, mas não conseguiram criar a vida. A vida é criação de Deus é propriedade dele e é como o segredo da coca cola que não é revelado. Os seres vivos, e nós somos seres vivos criados por Deus) não criam vida apenas a transmitem.

Do átomo à célula
A combinação de dois ou mais átomos de diferentes elementos químicos formam um composto. A menor unidade que conserva as propriedades de um composto é uma molécula, que pode ser simples como a molécula de água (H20) e de gás carbônico (CO2), ou grande e complexa (macromolécula) como uma molécula de proteína ou de ácido nucleico.

Cadeias de átomos de carbono associados a hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e pequenas quantidades de enxofre (s), e fósforo (P), formam a maioria dos compostos orgânicos encontrados na matéria viva. Grande parte desses compostos são classificados em quatro grupos: proteínas, hidratos de carbono, lipídios e ácidos nucleicos, que constituem a matéria prima para a formação das estruturas supra moleculares que compõem as células, como as membranas e organelos.

Esta matéria orgânica precisa ainda de matéria inorgânica para se constituir em vida por isso além das substâncias orgânicas, encontramos no corpo humano substâncias inorgânicas como a água (H20) e os sais minerais. As células dos animais são formadas quimicamente pelos compostos orgânicos e substâncias inorgânicas, em diferentes proporções:
17,8 % de proteínas
6,2% de hidratos de carbono
11,7% de lípidos
60,0% de água
4,3% de sais minerais.

Proteínas
As proteínas são macromoleculares constituídas por muitas moléculas menores, os aminoácidos, compostos por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio; alguns possuem ainda pequenas quantidades de enxofre. Vinte aminoácidos diferentes participam da estrutura das proteínas, doze são sintetizadas pelas células humanas e os nove restantes devem ser obtidos pelos alimentos ricos em proteínas como a soja, os feijões e as carnes.

Hidratos de carbono
Os hidratos de carbono são substâncias constituídas por moléculas de carbono, oxigênio e hidrogênio.
A principal característica dos hidratos de carbono é a ação energética, ou seja, se quiser obter uma energia corporal é só fazer uso de uma alimentação rica deste composto. Estes alimentos são em sua maioria de origem vegetal como cereais, raízes, tubérculos, leguminosas e frutas.

Lípidos
Os lipídios, também chamados de gorduras, são biomoléculas orgânicas compostas, principalmente, por moléculas de hidrogênio, oxigênio, carbono. Fazem parte ainda da composição dos lipídios outros elementos como, por exemplo, o fósforo. Tal como os hidratos de carbono, fornecem energia às células, participam na composição das membranas das células, e atuam como isolante térmico em alguns animais. Há dois tipos de lípidos os saturados de origem animal e os insaturados de origem vegetal.

Ácidos nucleicos
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o RNA (ácido ribonucleico) e o DNA (ácido desoxirribonucleico), ambos formados por unidades menores, os nucleótidos. Quimicamente estão formados por ácido fosfórico que confere a acidez a este elemento, açucares e bases nitrogenadas.  O armazenamento e transmissão da informação genética é responsabilidade dos ácidos nucleicos, portanto são as biomoléculas mais importantes do controle celular, pois contêm a informação genética.

Recapitulando o caminho que a vida seguia desde o átomo a mais ínfima forma da matéria, este é o percurso: Partícula subatómica átomo – molécula – macromolécula - organelo - célula -  tecido - órgão - sistema de órgãos - organismo ou corpo…

A célula e sua estrutura interior
Como o átomo é o tijolo da matéria inorgânica, a célula é o tijolo da matéria orgânica ou matéria viva. A célula é em si mesma um ser vivo, o ser vivo mais pequeno da natureza, a Ameba por exemplo é um ser unicelular. A diferença entre a Ameba e qual quer outro ser vivo é somente a quantidade de células. O corpo humano adulto contém triliões de células, porém no inico foi uma única célula, como todo os seres com mais de uma célula começam por ser uma única célula no momento da conceção.

Como existe vida vegetal e vida animal, as células dividem-se em vegetais e animais. As células animais subdividem-se em procariontes que são as células que não têm núcleo; há três tipos de células procariontes, a Arqueia, a Bactéria e a Eucária. As células que estudamos aqui são as eucariontes, ou seja, as células com núcleo comuns a todos as plantas, os animais e o ser humano.

Membrana exterior
A membrana é a fronteira exterior de uma célula que a divide separa a célula do mundo exterior é a muralha exterior da célula. Define a célula que é um compartimento mínimo dai vem a palavra célula. Dá a célula a forma o tamanho e mantem os outros componentes dentro. Todas as células têm uma membrana celular. No centro está o DNA algumas células têm uma membrana em torno do DNA o núcleo

cada célula é composta por uma membrana exterior que dá forma à célula, esta membrana permite certas substâncias passar e outras não a membrana controla tudo o que passa para dentro e para fora da célula. Oxigénio e nutritivos podem passar, dióxido de carbono e outros resíduos podem sair.

Citoplasma
Dentro da membrana a célula está cheio de uma substância gelatinosa chamada citoplasma todos os organelos flutuam dentro do citoplasma.

O que são organelos
Organelas organelos ou organitos, são órgãos em diminuto de uma célula; uma célula é fundamentalmente um ser vivo livre e independente e como um corpo animal tem órgãos para as determinadas funções, respiração digestão eliminação de toxinas etc assim uma célula tem os seus órgãos em diminuto para desempenharem as funções vitais. Vejamos quantos tipos de organelos existem.

Endoplasma reticulo é a estrada de transporte do material dentro da célula; conectam diferentes partes da célula e ajuda-as no intercambio de materiais. Pode ser rugoso se tiver ribossomas agarrado as suas paredes ou liso se não os tiver. O primeiro está envolvido na produção de proteínas e o último está envolvido na síntese de lipídos e desintoxicação de drogas e venenos.

Mitocôndria é a central de energia da célula onde se dá a combustão, a comida é oxidada na presença de oxigénio resultando em energia e anidrido carbónico. Antes da comida entrar na mitocôndria precisa de ser digerida; este trabalho é feito pelos Lisossomas

O Mitocôndria tem o seu próprio ADN que vem da nossa mãe. Porque têm o próprio ADN os pesquisadores pensam que no passado eram células independentes que começaram a viver em simbiose com as células pelo que começaram a replicar-se juntas

Lisossomas São bolsas que contem muitas enzimas que ajudam na digestão da comida. Por vezes estes também digerem outros organelos por isso são chamados os sacos suicidas da célula.

Corpos Golgi Aqui as proteínas são misturadas com outros químicos e são empaquetadas, que depois saem da membrana celular

Ribossomas ou flutuam livremente dentro do citoplasma ou estão agarrados à superfície do endoplasma reticulo; o trabalho deste é produzir proteínas. Os ribossomas que estão agarrados ao endoplasma reticulo produzem proteínas que são liberadas da célula para ser usado em outro lugar, os que flutuam livremente produzem proteínas que são usadas dentro da própria célula.

Cloroplastos se fossem uma célula vegetal para a fazer a fotossíntese os animais não têm isto pois as células dos animais são de combustão as das plantas de fotossíntese.
são os centros de energia solar nas células das plantas e algas onde fotossíntese ocorre, ou seja, a geração de energia usando água, dióxido de carbono e luz solar. Eles são as contrapartes das mitocôndrias em células animais, onde a respiração celular ou combustão tem lugar.

Vacúolo são invólucros usados para armazenar e mover as substâncias que são ingeridas, excretadas, processadas ou digeridas pela célula. Vacúolos são encontrados em células vegetais e animais, mas são muito maiores no último.

Núcleo
É o cérebro da célula que controla todas as funções vitais no interior da célula que desta forma funciona com um ser vivo independente. O núcleo está separado do citoplasma por uma membrana porosa a qual permite certas moléculas entrarem ou saírem. Dentro do núcleo estão os cromossomas estes contem genes que são responsáveis pelos carateres hereditários.

Dentro do núcleo, o ADN ou código genético ou informação genética acerca de todo o corpo, é transcrita em MRNA que sai do núcleo combinando-se com os ribossomas agarrados ao Endoplasma reticulo; estes agarram na informação genéticas e traduzem-na em proteínas.

Como um organismo vivo, uma célula pode ser comparada à vida social dentro de um castelo medieval constituído por muralhas externas, muralhas internas e a torre de menagem onde vive a família real. As muralhas externas representam a membrana, que protege a célula do exterior e controla o que entra e que sai; as muralhas internas, entre a torre de menagem e as muralhas externas, onde as pessoas vivem e interagem, representam o citoplasma, onde ocorrem todas as reações químicas inerentes à vida; a torre de menagem onde vive a família real, representa o núcleo da célula, onde reside o DNA que comanda todas as operações no interior da mesma.

O cancro doenças celular
A célula e o elemento mais simples de qualquer organismo. 0 nosso corpo e formado por um número de células que vai desde os 30 aos 40 triliões de células. Como cada célula é um organismo vivo ou um ser vivo, o nosso corpo é formado 30 ou 40 triliões de seres vivos que se mantêm unidos porque todos eles provêm de uma célula primigénia que é a célula mãe e que resultou da união e fusão de uma meia célula do nosso pai com uma meia célula da nossa mãe.

Como acima dissemos, as células, como todos os organismos vivos, plantas, animais e seres humanos, nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Cada célula antes de morrer transmite aos seus descendentes o seu material genético, para que continuem a cumprir a mesma função que as suas «mães». De uma forma simples o cancro são células que se recusam morrer e se multiplicam de forma desordenada.

Na realidade, o cancro não passa de uma guerra civil no interior do próprio organismo: algumas células de repente resolvem se multiplicar de forma desordenada e descontrolada. Estas células de alguma forma são suicidas pois ao dominarem por completo o corpo, precipitando a sua morte acabam por morrer elas mesmas. No fundo são bombas suicidas, matam morrendo ou morrem matando.

As células humanas estão constantemente regenerando-se. O corpo produz novas células bilhões de vezes ao longo da vida de uma pessoa. Cada vez que uma se divide para dar origem a outra, seu DNA é copiado. As células-filhas resultantes da divisão celular devem ser iguais às que lhes deram origem. Portanto, seus genes devem ser idênticos aos dela.

Na prática, no entanto, podem surgir pequenas alterações da molécula de DNA que chamamos de mutações e que podem ser causadas por diversos fatores, ou ser simplesmente erros aleatórios. As células cancerígenas são células que sofrem uma mutação e, portanto, deixam de obedecer ao ADN original multiplicando-se desordenadamente.
Estas células mutadas não têm as instruções apropriadas para desempenhar as funções das suas congéneres. Ao contrário, dividem-se fora de controle, são imaturas e não fazem o trabalho para o qual foram criadas acabando por desvincular-se das suas congéneres, invadem outras partes do corpo para atacar outros tecidos e órgãos.

Mesmo quando tivéssemos livres de todos os fatores carcinogénicos internos, emocionais e físicos assim como dos fatores carcinogénicos externos, ainda assim não extraiamos livres do flagelo do cancro pois os erros podem ser aleatórios. Foram encontradas múmias egípcias com cancro, o qual nos leva a concluir que este é tão antigo como a humanidade.

É, portanto, uma autêntica roleta russa apanha-lo ou não durante o curso da nossa vida. A única esperança é que a ciência desenvolva meios mais sofisticados para deteção de uma mutação pouco depois de ela ocorrer e assim poder resolver o problema antes de que essa célula mutada tenha hipótese de se reproduzir.
Pe. Jorge Amaro, IMC