15 de novembro de 2023

X Mistério: Maria mãe da Igreja em Pentecostes

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"Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele." Atos dos Apóstolos 1, 13-14

Igreja ou Reino de Deus?
“Jesus anunciou a vinda do Reino de Deus, mas o que veio foi a Igreja.” - Alfred Loisy (1857-1940)

Há uma descontinuidade entre Jesus de Nazaré e a Igreja; de facto, enquanto a palavra “Ekklesía” só aparece duas vezes, e apenas no evangelho de S. Mateus 16,18; 18,1, em dois textos muito discutíveis, a expressão Reino de Deus ou Reino dos Céus, como prefere Mateus, aparece 127 vezes.

Existe, portanto, um flagrante contraste com a palavra IGREJA, que aparece 112 vezes e quase só nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas, a palavra REINO, aparece 162 vezes e, destas, só 35 vezes aparece no livro dos Atos e nas Cartas; as restantes 127 vezes aparecem nos evangelhos. Fica assim demonstrada a importância que o Reino de Deus tinha para Jesus e a pouca importância que este mesmo Reino tinha para a Igreja nascente fundada por Cristo.

A Igreja, como corpo místico de Cristo, não pode ter outro objetivo senão continuar a obra de Cristo. Portanto, o objetivo da sua existência não é implantar-se em todos os cantos desta terra, mas sim levar a Boa Nova do Reino a todos os cantos da Terra.

O objetivo principal não é produzir cristãos, aumentar o número dos seus membros, mas sim juntar-se a todos os homens de boa vontade, de outras religiões, ateus ou agnósticos e, com eles, ajudar na construção de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa e mais fraterna, onde reina a justiça, a paz e a harmonia e o amor entre os povos. Se este tivesse sido o objetivo da Igreja desde o início, tal como foi do seu fundador, não teria havido fundamentalismos como a Inquisição, nem guerras santas como a movida pelas cruzadas.

Igreja, fermento do Reino de Deus
A Igreja é a forma que Cristo teve de estar aqui e agora, em todos os “aquis” e “agoras” da história da humanidade. Cristo só podia ter uma única vida humana, mas a sua Palavra era eterna para todos os tempos e todas as culturas; Ele mesmo não foi Caminho, Verdade e Vida para os homens do seu tempo, mas para toda a raça humana; para isso, tinha de deixar alguém que continuasse a sua obra.

Não faz nenhum sentido que o verbo eterno de Deus se tenha encarnado, o filho unigénito de Deus tenha adquirido natureza humana, o criador se tenha feito criatura só para salvar os que viveram durante a sua vida terrena.

É certo que a palavra Igreja, como dissemos, só aparece duas ou mesmo uma única vez em todos os evangelhos, o facto de Jesus ter escolhido, desde o princípio, colaboradores seus com a obra do Reino demonstra que Jesus quis deixar uma estrutura que continuasse a sua obra. Já em vida, Jesus enviou os seus discípulos a cidades e vilas onde Ele próprio pensava ir, (Lucas 10, 1) e depois os enviou ao mundo inteiro (Marcos 16, 15-18).

Prova de que estes seus discípulos seriam na terra os seus representantes é o facto de os ter equipado com os mesmo poderes e faculdades que Ele possuía, (Mateus 21, 21; João 14.12). Neste último texto de João, Jesus diz também a razão pela qual passa aos seus discípulos todos os poderes e faculdades: “porque eu vou para o Pai”.

Apesar de ir-se, garantiu aos seus discípulos também que estaria com eles até ao fim dos tempos (Mateus 28, 20) e o facto de ter dito a Paulo não “porque persegues os meus discípulos?”, mas sim “por que me persegues?” (Atos dos Apóstolos 9, 4). Por último, na sua oração sacerdotal, Jesus reza pelos seus discípulos, mas também por aqueles que iriam acreditar no seu testemunho (João 17, 20).

A Igreja não existe para si mesma nem deve pregar-se a si mesma, pois o seu Mestre e fundador não se pregou a si mesmo: a Igreja existe para a Missão, ou seja, para continuar a obra do seu fundador e o objetivo da Missão que é o Reino. Igreja é o que somos, é a nossa identidade, o Reino é a nossa missão, o que fazemos. A Igreja é o fermento que vai levedar o mundo até se transformar todo ele em reino de Deus.

Maria e o Reino de Deus
Mostrou a força do seu braço e dispersou os soberbos no pensamento dos seus corações; derrubou os poderosos dos tronos, e exaltou os humildes; aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu sem nada. Lucas 1, 51-53

A quase totalidade das imagens que se fazem de Maria, tanto estátuas como pinturas, mostram uma mulher comedida nas palavras e nas ações, humilde e até submissa, serena pacífica e triste… não refletem esta faceta de Maria, a Maria do Magnificat ou, ao menos, da parte do Magnificat que citei.

Sempre que leio, recito ou medito esta parte do Magnificat, a imagem de Maria que vem à mente é aquela da mulher de tronco nu com a bandeira da república na mão, em posto de comando, à frente do povo na Revolução Francesa. Esta imagem sim faz jus ao conteúdo da oração do Magnificat.

Não parece verosímil que a mulher que representam as imagens de Maria possa ter dito que Deus vai derrubar os poderosos dos seus tronos, que vai dar aos pobres e tirar aos ricos. Mas quem disse isso parece ser verdadeiramente mãe daquele que fez precisamente isso: Jesus de Nazaré. “De tal palo tal astilla” diz um provérbio castelhano, “Filho de peixe sabe nadar” diz o seu correspondente em português. Maria parece anunciar nestas frases o reino que estava para vir com o seu filho; um reino de Justiça e de Paz. 

Ecclesiae Mater
“Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima” e estabeleceu que “com este título suavíssimo seja a Mãe de Deus doravante honrada e invocada por todo o povo cristão”. Paulo VI 21 de novembro 1964 ao encerrar o Concílio Vaticano II

Maria é mãe da Igreja porque é mãe de todos e cada um dos discípulos do seu filho (João 19, 25-27). Como cada um dos discípulos do seu filho é “ipso facto” membro da Igreja também, logo Maria é mãe da Igreja.

Maria é mãe da Igreja porque é mãe do seu fundador, porque, como discípula do seu filho, seguiu os seus passos juntamente com outras mulheres, e não abandonou a companhia dos seus discípulos depois da morte, ressurreição e ascensão aos Céus do seu filho.

Cristo é a cabeça do seu corpo místico que é a Igreja; ora o nascimento da Cabeça é, também, o nascimento do Corpo, o que indica que Maria é, ao mesmo tempo, mãe de Cristo, Filho de Deus, e mãe dos membros do seu corpo místico, isto é, da Igreja. A maternidade divina de Maria não terminou com o nascimento de Jesus; ela está durante toda a sua vida na Terra, e agora no Céu, intimamente unida à obra redentora do seu filho

Maria é mãe da Igreja porque, tal como assistiu ao nascimento do Seu filho também assistiu ao nascimento da Igreja, pois ela, como outras discípulas de Jesus, estava junto dos discípulos do seu filho no dia de Pentecostes em que o Espírito Santo desceu sobre eles em forma de línguas de fogo.

Mais que mãe da Igreja ela é “Mater ed Magistral” (“Mãe e Mestra”, título da encíclica de João XXIII) porque ela era já mestra nas coisas do Espírito Santo, ela já tinha concebido por obra e graça da terceira pessoa da Santíssima Trindade, por isso ela mais que ninguém podia instruir os apóstolos sobre como preparar-se para O receber. Mais que mãe, ela foi catequista, pois preparou os apóstolos para receberam o Crisma. Podemos dizer que ela foi a Madrinha do Crisma de cada um dos discípulos do seu filho.

Conclusão: Maria é mãe da Igreja porque é mãe daquele que a fundou, e por vontade do filho expressa do alto da cruz, mãe de cada um dos seus discípulos, membros da Igreja, que juntos formam o corpo místico de Cristo. Se Maria é mãe de Cristo, cabeça do corpo místico que é a Igreja, também é mãe do corpo.

Pe. Jorge Amaro, IMC


1 de novembro de 2023

IX Mistério: Aos pés da cruz do seu filho, Maria torna-se Nossa Mãe

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Junto à cruz de Jesus, estavam de pé a sua Mãe, a irmã da sua Mãe, Maria, mulher de Cleopas, e Maria Madalena. Então Jesus, ao ver a Mãe e, próximo, o discípulo que amava, disse à Mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E, a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a entre os seus. João 19, 25-27

Solidário apesar da dor
Não há nada que te faça mais presente contigo mesmo, mais autoconsciente, que a dor. É de facto uma das melhoras formas de chamar-te a ti mesmo à atenção, provocar dor, nem que seja morder o lábio ou cravar uma unha num dedo.

Jesus padecia no corpo pelo cansaço do caminho da cruz, pela falta de alimento e de sono, pela sensação de asfixia provocada por estar pregado a uma cruz, pela perda de muito sangue desde a flagelação e também pela coroa de espinhos espetada na sua cabeça e pelos cravos que lhe trespassavam os pulsos e os tornozelos.

Jesus padecia no seu coração o facto de ter sido entregue aos sumos sacerdotes e aos romanos por um dos seus, que comia, dormia e o acompanhava a todo lado, sofria porque o resto dos discípulos o tinham abandonado, sofria porque o povo ingrato, os mesmos que tinham sido beneficiados com os seus milagres e que antes o tinham aclamado como Hosana filho de David, haviam gritado “crucifica-O”, exercendo pressão sobre Pilatos que lhes fizera a vontade.

Sofria na alma porque Seu Pai Deus que durante a sua vida esteve tão perto Dele e a quem recorria com frequência, com quem comunicava antes dos momentos mais importantes e dos milagres, esse Pai omnipresente na sua vida estava agora distante ou Jesus assim o sentia ao dizer, “Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste?” (Mateus 27, 46, Marcos 15, 34).

Apesar de estar a padecer uma dor tripla – no corpo, no coração e na alma – Jesus ainda pensava mais nos outros que n’Ele mesmo. A dor absorve-nos, faz com que nos centremos em nós mesmos e facilmente nos esqueçamos dos outros. Pensemos nas vezes que tivemos uma dor forte, como uma dor de dentes: parece que tudo e todos desaparecem à nossa volta, só nós existimos, só nós contamos.

Jesus, apesar do seu sofrimento pessoal, conseguia ser empático com a sua pobre mãe que, como a viúva de Naim, ia ficar sozinha no mundo. E mesmo na cruz sem muito poder fazer, confiou-a ao seu discípulo amado. Aquele que já nos tinha dado tudo, que se tinha dado a si mesmo, dava-nos agora a sua querida mãe em herança. Herdamos de Jesus tantas coisas, até a sua própria mãe.

Antes de Jesus eramos apenas criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus; com Jesus, fomos adotados por Deus como filhos adotivos e, como Jesus confiou a sua mãe ao discípulo amado, na medida em que também nós somos discípulos de Jesus, somos adotados por Maria sua mãe como filhos.

Filho único de sua mãe que era viúva
Ao contemplarmos Maria aos pés da cruz do seu filho não podemos deixar de recordar o episódio da viúva de Naim que ia sepultar o seu único filho, sendo ela já viúva e ficando assim sozinha no mundo. Também este sofrimento lhe estava destinado e profetizado por Simeão.

“Em guerra, caça e amor por um prazer cem dores”, “Quem se obriga a amar obriga-se a padecer”. Não há amor sem sofrimento e o amor de Maria ao projeto de Deus e ao Filho unigénito de Deus também seu filho lhe trouxe mais dor que prazeres, mais sofrimento que alegria. E este derradeiro sofrimento era o pior de todos...

“Eu não vou enterrar o meu filho, o meu filho é que me vai enterrar a mim” dizia um pai que sequestrou uma sala de operações de um hospital e obrigou o médico a operar o seu filho por não ter dinheiro para a operação. Não deve haver dor psíquica maior que a de ver um filho padecer e morrer, enquanto a mãe nada pode fazer...

Pela ordem natural das coisas, primeiro morrem os pais, depois os filhos. Por isso, ver morrer um filho vai contra a ordem natural das coisas e inutilizar a vida dos pais, que se vão deste mundo sem poder deixar a ninguém a sua herança, seja genética, seja material.

Maria, nossa mãe do Céu
No Céu, no Céu, no Céu, /Um dia a irei ver!
Virgem pura, tua ternura /É de alívio ao meu penar; /Noite e dia, de Maria, /A beleza hei de cantar!


Antes das aparições de Fátima, a pequena Lúcia que não perdia o terço em família ou na Igreja, tinha como cântico mariano preferido o que acima citamos. “No céu um dia a irei ver” referindo-se a Maria; mal ela sabia que ia vê-la ainda na Terra, pois para a ver no céu ia ter de esperar quase cem anos.

Com minha mãe estarei /na santa glória um dia/Junto à virgem Maria /no céu triunfarei.
No céu, no céu, com minha mãe estarei /No céu, no céu, com minha mãe estarei


Este outro cântico demonstra também o carinho que o povo português tem por Maria. Os cânticos anteriores e posteriores às aparições de Fátima demonstram quanto o povo português ama a sua Mãe do Céu.

À segunda parte da oração do Ave Maria falta-lhe este detalhe, a afirmação de que ela é nossa mãe. Deveria ser assim: Santa Maria mãe de Deus e mãe nossa, rogai por nós, teus filhos pecadores, agora e na hora da nossa morte Amém.

Como Abraão para o povo de Sodoma, Moisés para o povo de Deus, Maria era já nossa intercessora. Agora com muito mais razão, ela intercede por nós porque, ao interceder por nós, está a interceder pelos seus filhos. Como Abraão é o nosso pai na Fé, Maria é a nossa Mãe na fé; foi a sua fé, o seu “fiat” que nos trouxe a todos a salvação.

Maria, o rosto feminino de Deus
Umas mulheres judias perguntaram um dia a uma outra mulher judia, professora universitária, sobre qual era na sua opinião a judia mais famosa. E não gostaram de ouvir dos lábios desta professora judia de raça e religião que, quer queiramos quer não, Maria é certamente a judia mais famosa do mundo e eu diria da humanidade inteira, por ser a mãe do verbo incarnado, do Filho unigénito de Deus.

Dentro da nossa visão de Deus que sempre será um pouco antropomórfica, se Jesus representa o rosto masculino de Deus, Maria representa o rosto feminino de Deus. O nosso amor por Maria faz-nos recordar os tempos de antanho, quando a humanidade, ainda num estado primitivo de evolução, entendia que Deus era mãe.

Para fazer jus a esses tempos, o Papa João Paulo I disse que Deus, mais que Pai, era Mãe. Na pintura de Rembrandt sobre o filho pródigo, vemos de facto que o pai do filho pródigo tem uma mão feminina, a que está sobre o coração do seu filho, e outra masculina.

Eva, a nossa progenitora, Maria, a nossa mãe
Eva não foi a nossa mãe, mas sim a nossa progenitora: só nos deu à luz, mas não nos educou. A mãe que educa, cria e alimenta é chamada na Etiópia “Injera enat”, ou seja, a “mãe do pão” que, muitas vezes, não coincide com a que deu à luz.

Tive como colega de noviciado e estudante de teologia um jovem que à tia chamava mãe e à mãe chamava tia. Àquela que o tinha dado à luz, ele chamava tia e àquela que o tinha educado como mãe e que era biologicamente a sua tia, chamava mãe. Eram duas irmãs: uma teve o meu colega de uma forma acidental, mas mais tarde encontrou o homem da sua vida; este não aceitava o filho dela, pelo que a sua irmã, que não pensava em casar-se, ficou com ele para que ela ficasse livre e pudesse iniciar uma vida nova com o seu noivo.

O meu colega não tinha para com a sua progenitora a quem chamava tia nenhum sentimento filial e, no entanto, tinha sido ela que o tinha dado à luz; sentimento filial tinha só por aquela que o tinha criado com muito amor, educado e guiado na vida, dedicando-se a ele exclusivamente, pois nunca quisera casar. E, no entanto, a nível biológico, era só a sua tia.

No ser humano, a biologia pouco conta. Chamamos-lhe Madre Teresa de Calcutá e suponho que ninguém se atreveria a negar-lhe o título de madre. No entanto, como todos sabemos, ela nunca foi biologicamente mãe, embora se tenha comportado como tal para muitas crianças órfãs e até adultos, que viram nela a mãe que nunca tiveram.

A devoção do povo cristão, ao menos dos católicos e ortodoxos, a Maria parte da proximidade que temos com a nossa mãe na Terra. Ela está mais perto de nós que o nosso pai e, muitas vezes, fazemos dela intermediária entre nós e ele, pois temos mais confiança com a nossa mãe que com o nosso pai.

Ela está sempre ao nosso lado e acompanha-nos mais que o nosso pai. Esta experiência faz com que o povo cristão tenha por Maria uma especial devoção e projete nela a mesma experiência, o mesmo tipo de relacionamento que teve ou tem com a sua mãe.

Maria é nossa mãe porque, como toda a mãe, está atenta às necessidades dos seus filhos, como esteve nas bodas de Caná e está ainda hoje ao visitar-nos em Guadalupe, Lourdes e Fátima. Maria é a nossa mãe porque ela nos educa com o evangelho do seu filho quando nos diz “fazei tudo o que ele vos disser”. Eva foi a nossa progenitora, Ave Maria é a nossa mãe do Céu que acompanha a nossa vida na Terra até nos unirmos a ela no Céu.

A imagem que ilustra este texto representa São Bernardo, um grande amante da devoção mariana, recebendo o leite maternal da Virgem Maria. Uma imagem que choca as nossas mentalidades de hoje em dia, mas que estava muito de acordo com a piedade medieval mariana que exaltava os seios da nossa mãe celeste como os exalta aquela mulher do evangelho de São Lucas.

De São Bernardo é também conhecida a oração mariana chamada “Memorare” que exalta a Maria como mãe e, como tal, intercessora por nós no Céu:

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria,
que nunca se ouviu dizer que algum
daqueles que tenha recorrido à Vossa proteção,
implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro,
fosse por Vós desamparado.

Animado eu, pois, de igual confiança,
a Vós, Virgem entre todas, singular,
como a Mãe recorro, de Vós me valho,
e, gemendo sob o peso dos meus pecados,
me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-Vos de as ouvir propícia
e de me alcançar o que vos rogo. Ámen

Conclusão: Eva é a nossa progenitora, Ave Maria é a nossa Mãe, pois é ela que nos educa, dando à luz a Palavra Deus em forma humana, a referência de humanidade, Jesus de Nazaré.  

Pe. Jorge Amaro, IMC