1 de novembro de 2022

O fim do mundo

Durante séculos, a Igreja e a Bíblia foram ridicularizadas por afirmarem que o mundo vai acabar.

A ideia de que o mundo sempre existiu ludibriou até católicos que nem sequer se  deram conta de que, se o mundo não teve um começo e não terá um fim, a existência de Deus carece de sentido. A verdade é que o mundo, tal como o conhecemos, pode acabar de muitas formas.

Agentes patogénicos, armas bacteriológicas, um vírus
O homem tem usado venenos para fins de assassinato desde o início da civilização, não só contra inimigos individuais, mas também ocasionalmente contra exércitos. Desde que em 1155 o Imperador Barba-ruiva envenenou poços de água com corpos humanos, em Tortona, Itália até à I e II Guerras Mundiais, passando pelo seu uso na China pelos japoneses e, mais recentemente no Iraque, que as armas biológicas se tornaram “na bomba atómica do homem pobre", como escreveu Block, cientista americano.  

Com o aumento do nosso conhecimento da biologia de agentes causadores de doenças - vírus, como a sida, o ébola e o covid, agentes patogénicos como o tifo e a varíola e toxinas como o antraz e numerosos tipos de bactérias, é legítimo temer a possibilidade de uma guerra biológica em larga escala. As armas biológicas oferecem a grupos terroristas e a "estados desonestos" uma forma acessível de contrariar a esmagadora superioridade militar dos Estados Unidos e de outras potências nucleares.

A atual crise do covid-19 incluiu acusações de guerra biológica. A presença de um laboratório avançado de virologia em Wuhan alimentou algumas teorias e acusações de que a China tinha deliberadamente desencadeado um ataque. A premissa de que a virulência de um vírus como o de 1918, que matou 50 milhões de pessoas e o atual que já vai em mais de 6 milhões, tenha sido obrigatoriamente obra do homem é mais uma prova da arrogância antropocêntrica e da fé irracional na ciência.

Há muitos milhões de anos que a Natureza vem produzindo vírus e agente patógenos, como a peste negra que devastou a Europa na Idade Média, sem nenhuma necessidade da ciência do homem. A parca capacidade que o homem tem de criar vírus não tem mais de 10 anos e, até agora, os laboratórios não conseguiram criar nenhum tão destruidor como a mãe natureza.

Por outro lado, há uma guerra declarada entre os agentes patogénicos que a Natureza cria e os antibióticos para os combater, criados pelo ser humano. Até agora, os antibióticos têm resultado, mas já há agentes patogénicos resistentes aos mais fortes antibióticos, pelo que não sabemos para o que estamos guardados, como dizia a minha mãe.

Impacto de um meteorito
A lua com as suas grandes crateras é testemunha de um constante bombardeamento por estas rochas ou metais de grandes proporções, pedaços de estrelas e planetas que povoam o universo e se movem sem órbitas regulares, como alguns cometas.

Nós próprios somos testemunhas da queda destes corpos celestes sobre a Terra quando à noite os vemos como estrelas cadentes. A atmosfera da Terra protege-nos destes corpos. Ao entrar em colisão com a nossa atmosfera, a maior parte deles acaba por se incendiar e ficar pulverizada, caindo sobre o nosso planeta como pequenas partículas.

Porém nem sempre isso acontece e há vídeos destes meteoritos de dimensões superiores às de uma bola de futebol a caírem sobre a Terra. E também os há de enormes dimensões no museu da NASA, em Washington.

Todas as cargas nucleares da Terra poderiam não ser suficientes para desfazer um meteorito como aquele que extinguiu os dinossauros se, por azar, entrasse em rota de colisão com a Terra. Por outro lado, o impacto de cometas ou meteoritos, consoante a sua grandeza, perturba a inércia inicial de um planeta e pode desacelerá-lo ou até projetá-lo para fora de órbita, o qual seria fatal para a vida no nosso planeta. O perigo é real, já aconteceu e provocou a extinção dos dinossauros e pode voltar a acontecer, provocando o fim da vida no nosso planeta.

Conflito nuclear
No fim da guerra fria, o arsenal nuclear do planeta era suficiente para o destruir não uma, mas 10 vezes. Depois de tratados assinados, sobretudo entre os Estados Unidos e a Rússia, é provável que hoje existam muito menos armas atómicas.

Porém, estes dois países não são os únicos que as possuem. As guerras mundiais começaram por pouco e foram envolvendo cada vez mais países. A natureza da violência é aumentar exponencialmente. A Coreia do Norte, por exemplo, poderia iniciar uma guerra atómica que pouco a pouco envolvesse as potencias atómicas e que seria decerto imparável. Também existe o perigo de que algumas bombas atómicas caiam nas mãos de terroristas.

Suicídio ecológico
Não podemos condenar os nossos filhos e os filhos deles a um futuro que não conseguirão reparar. Não quando temos os meios – a inovação tecnológica e a imaginação científica – para começar o trabalho de reparação desde já. Como disse um dos governadores da América, “Somos a primeira geração a sentir o impacto das alterações climáticas e a última geração que pode fazer alguma coisa contra isso.” Por isso, hoje, estou aqui pessoalmente, como líder da maior economia mundial e do segundo maior emissor de poluentes, para dizer que estamos a começar a fazer alguma coisa.” Discurso de Barack Obama na Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, 23 de setembro de 2014.

O solo – está depauperado de elementos essenciais à nossa saúde, por causa do mono cultivo; está também contaminado por pesticidas e fertilizantes químicos que alteraram a sua composição química e envenenam os lençóis freáticos de onde provém a água que bebemos.

Os oceanos – estão cheios de microfibras de plástico que saem das nossas máquinas de lavar roupa, desde que o plástico substituiu as fibras naturais, como a lã, algodão, linho e seda, juntamente com metais pesados, como o mercúrio e que são absorvidos pelos peixes que consumimos.

O ar – está contaminado por dióxido de carbono que produz o efeito de estufa, responsável pelo aumento global da temperatura que derrete os glaciares e as calotas polares, faz subir o nível do mar, altera o curso dos ventos, modifica o ritmo das estações do ano provocando furacões, inundações e secas de uma intensidade sem precedentes.

O ambiente social – também está empestado pelo facto de que hoje 1% da humanidade possui mais riqueza (54%) que os restantes 99% (46%). A brecha entre ricos e pobres não para de aumentar. Uns morrem de fome, outros morrem de fartura; se houvesse partilha, nem morriam uns nem outros.

Biodiversidade – outra área de capital importância é a biodiversidade. Além do facto de a biodiversidade proteger os humanos contra os efeitos das catástrofes agrícolas, como a fome da batata irlandesa, a perda de uma espécie resulta em alterações significativas nos habitats naturais que podem prejudicar-nos gravemente a curto, médio ou longo prazo.

Morte do Sol
Contrariando a lógica, aparentemente, o sol não vai morrendo aos poucos, produzindo cada vez menos energia. Quanto mais hidrogénio é convertido em hélio, mais o núcleo do sol se encolhe, fazendo com que as camadas exteriores se aproximem do centro, sob uma força gravitacional mais forte. Isto vai provocar mais pressão no núcleo, acelerando a fusão de hidrogénio e aumentando a produção de energia, o que conduz a um aumento de 1% na luminosidade a cada 100 milhões de anos. Nos últimos 4,5 mil milhões de anos, correspondentes à idade do sol, esta energia já cresceu cerca de 30%.

Dentro de 1 milhar de milhão de anos, o sol será 10% mais brilhante do que é agora. Este incremento de luminosidade levará ao aumento do calor e energia que a Terra e a sua atmosfera terão de absorver, provocando, por sua vez, um aumento da intensificação do efeito de estufa que pouco a pouco irá convertendo o nosso planeta no que é hoje Vénus: o planeta mais quente do sistema solar com uma temperatura que ronda os 500ºC.

Dentro de 3 500 mil milhões de anos, o sol será 40% mais brilhante do que é hoje. Nestas condições, a água do mar ferverá e o vapor perder-se-á no espaço, transformando o nosso planeta num planeta quente e seco como é hoje Vénus. Não terá temperaturas superiores a Vénus pelo simples motivo de se encontrar mais longe do sol.

Quando o hidrogénio do sol estiver para acabar, a cinza inerte em forma de hélio, resultado da sua combustão, acabará por colapsar. Isto vai fazer com que o núcleo do sol fique mais denso e mais quente, aumentando de tamanho e entrando na fase de gigante vermelha.

Nesta fase, as órbitas de Mercúrio e Vénus serão absorvidas, dois terços do nosso céu será ocupado pelo sol que, gradualmente, acabará por absorver o nosso planeta. Quando chegar a esta fase, o sol ainda terá 120 milhões de anos de vida ativa. Por fim, o hélio acumulado incendiar-se-á violentamente e, nos escassos 100 milhões de anos seguintes, queimará o hélio que resultou da combustão do hidrogénio.

O tamanho do sol continuará a aumentar até este se transformar numa anã branca. Neste estado, poderá sobreviver ainda triliões de anos, até finalmente se transformar num buraco negro.

Fim do Universo
Em 1927, o sacerdote católico belga Georges Lamaître, (representado na imagem que ilustra este texto) ao observar que o universo está em expansão, intuiu que o mesmo começou quando um ponto de matéria muito pequeno e extremamente denso explodiu (Big Bang). Os ateus reagiram afirmando que depois de atingir a sua expansão máxima iniciaria um movimento inverso de contração, terminando num grande colapso e dando origem ao ponto extremamente denso inicial, que voltaria a explodir.

As observações e os estudos feitos até agora, têm corroborado a teoria do Big Bang, mas não a do Big Crunch. A segunda lei da termodinâmica diz-nos que a transformação de matéria em energia não é possível sem o degaste irreversível da primeira; não existem máquinas perfeitas que se auto-alimentem, ou seja, que produzam toda a energia necessária para o seu funcionamento.

A eficiência de um motor a gasolina é de 25%; é de 40% a de um motor a gasóleo; ou seja, fazemos mais km com um litro de gasóleo que com um litro de gasolina; a eficiência da máquina a vapor é de 12% e a do corpo humano de 1%. O universo é extremamente ineficiente e desbarata a sua energia; na verdade, este vai expandir-se até à sua morte, que ocorrerá quando tiver gasto toda a sua energia nuclear.

A Bíblia tem então razão quando diz “Eu sou o Alfa e o Ómega, o primeiro e o último, o princípio e o fim.” Apocalipse 22,13. A ciência nunca vai provar, portanto, que a nossa fé está errada; pelo contrário, quanto mais o homem conhece, mais a fé se aproxima da razão e a razão da fé.

Conclusão - Finalmente a ciência descobre o que a fé sempre soube, que o universo teve um começo e terá um fim. Mas muito antes que a energia do Universo ou do Sol se acabe, o nosso pequeno mundo pode acabar de muitas outras formas, algumas delas causadas por nós.

Pe. Jorge Amaro, IMC




1 comentário:

  1. É triste quando o homem pela ganância do dinheiro, destrói uma humanidade inteira!!!

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