D Breve Catecismo de Westminster
Deus é
um Espírito infinito, eterno e imutável, em Seu Ser, sabedoria, poder,
santidade, justiça, bondade e verdade.
São muitos os atributos de Deus. Entendemos
que podem agrupar-se debaixo destes três mais conhecidos que aprendemos no
catecismo e que começam com a palavra latina “omnis” que significa todo. Feuerbach
diria que estes três atributos são uma projeção humana, antropomorfismos. Porém,
achamos que são mais a origem e o ente onde reside cada uma destas realidades
na sua potência máxima e nós, como humanos que somos, sabemos e aceitamos que
nunca dominaremos por completo cada uma destas realidades.
Ante os outros seres vivos, reconhecemos que
temos algum poder sobre a Criação, mas sabemos que esse poder tem limites; a
omnipotência reside em Deus porque ele é o Criador e nós as criaturas. Com o
avanço da ciência e da técnica vamos sabendo cada vez mais. No entanto,
damo-nos conta como o fez Sócrates que ante a imensidade de coisas que há para
conhecer reconhecemos humildemente que pouco é o que sabemos; o pleno
conhecimento reside em Deus. –
O tempo e o espaço são as coordenadas da nossa
vida terrena; ocupamos um único espaço durante um tempo concreto. Porém,
reconhecemos que em Deus está a origem do tempo, do espaço e, porque é eterno,
é omnipresente. Ilimitado no seu poder não confinado pelo tempo nem pelo espaço,
para quem o mistério não existe, assim é Deus.
Teologia
negativa
Só sei
que nada sei, e o facto de saber isso, coloca-me em vantagem sobre aqueles que
acham que sabem alguma coisa. Sócrates
Estamos inerentemente incapacitados para
definir Deus, para dizer o que é e como é, porque definir, de alguma forma,
significa conhecer, englobar, assimilar, compreender, abranger, abarcar, como
se pudéssemos colocar a Deus dentro de nós, dentro da nossa mente, como o
fazemos com as coisas e as pessoas que conhecemos.
Os espanhóis têm, a este respeito uma
expressão muito interessante “te conozco como se te hubiese parido” – quando
queremos expressar como conhecemos bem alguém, recorremos à figura que melhor
nos conhece: - a nossa mãe. Ora a Deus não é possível conhecer muito bem nem
suficientemente bem. Por isso surgiu a teologia negativa como se fosse um
agnosticismo crente, um aplicar da humildade socrática a Deus como se aplica à
sabedoria em geral.
A primeira teologia negativa já a praticava o
povo judeu, que ao reconhecer a imensidade inefável do mistério de Deus, até
evitava pronunciar o Seu. Nesta mesma linha, o evangelista São Mateus
substituiu a expressão “Reino de Deus” usada pelos outros evangelistas por
“Reino dos Céus”.
Mesmo depois dos tempos apostólicos, a
teologia negativa, ou seja, a ideia de que é mais fácil dizer o que Deus não é
que o que Deus é, foi uma constante ao longo da reflexão teológica: Gregório de
Nisa 330- 395
Dionísio o Pseudo-Areopagita (século Vl),
Alberto Magno (1200-1280) e Tomás de Aquino (1225-1274), Duns Escoto
(1265-1308), Mestre Eckhart (1260-1327) e atingiu o seu ponto máximo em Nicolau
de Cusa (1401-1464) que - chama “docta ignorantia”. E, já no nosso tempo, D.
Bonhoeffer (1906-1945) e A. Cox (n. 1929).
A teologia negativa é uma resposta ao preceito
de representar a Deus em imagens (Êxodo 20,4), pois corre-se o risco de
rapidamente se transformarem em ídolos. É também uma fuga à tendência antropomórfica
de projetar os nossos desejos e ideais em Deus. Muito caro a esta teologia é o
tema do sofrimento humano, já tratado na bíblia no livro de Job, o problema do
mal e o silêncio de Deus. A teologia negativa apresenta Deus na sua capacidade
de salvar sem exercer nenhuma violência sobre a razão e a liberdade dos homens.
De Deus
podemos saber um mínimo suficiente
Jesus
levantou a voz e disse: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas sim Naquele
que me enviou; e quem me vê a mim vê Aquele que me enviou”. João 12 44-45 (João 14, 9)
Sabemos que não podemos conhecer a Deus totalmente,
abarcar, colocar dentro de nós o seu mistério, sabemos que de Deus é mais e
será sempre mais o que desconhecemos do que o que conhecemos. Porém, não
queremos ter com Ele a atitude agnóstica de tudo ou nada: como não posso
conhecer tudo então desinteresso-me pelo tema e não quero conhecer nada.
“Nós somos o seu povo, ovelhas do seu rebanho”
(Salmo 95, 7). É certo que as ovelhas não conhecem totalmente o pastor, mas
podem conhecer o suficiente e, sobretudo, distinguir entre o bom pastor e o
assalariado. (João 10, 1-21). Por isso e porque temos sede de Deus, tal como
uns gregos nos dias do Mestre, também queremos ver Jesus (João 12, 21); como os
discípulos de João Batista, queremos saber onde é que Ele mora. E Ele está
interessado em dar-se a conhecer e diz-nos vinde e vede (João 1, 36-39). A
criatura pode chegar a compreender um pouco o Criador, como o filho compreende a
mãe o suficiente para ter vida e vida em abundância (João 10, 10), e para que o
Criador seja glorificado em nós, suas criaturas
Caríssimos,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama
nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a
conhecer a Deus, pois Deus é amor. 1 João, 4, 7-8
Por outro lado, sabemos por João que Deus é
amor. Ora não podemos amar o que não conhecemos, nem podemos conhecer o que não
amamos; as coisas podem conhecer-se sem as amarmos; mas precisamente porque
conhecimento implica domínio sobre o conhecido, as pessoas só podem conhecer-se
e dar-se a conhecer se as amarmos.
Neste sentido, a fé é muito mais que um
consentimento ou cedência da razão: é deixar que o nosso coração governe a
razão, entendendo, é claro, o amor como necessidade e não como sentimento.
Necessitamos do amor de Deus, mas para este atuar em nós precisamos de O amar
também. Ao falar da união vital entre a videira e os ramos, Jesus conclui “Sem
mim nada podeis fazer” (João 15, 5).
Um conhecimento suficiente para poder
estabelecer uma relação com Deus é possível e, depois d’ Este se ter revelado
no Seu Filho, a tarefa é muito mais fácil. Jesus de Nazaré é Deus feito homem,
pelo qual se torna mais fácil esta relação. Aliás Ele veio até nós para nós irmos
até Ele; em Jesus, Deus é menos mistério, em Jesus e por Jesus podemos conhecer
suficientemente a Deus para o podermos amar e deixar-nos amar por Ele.
Não queremos que Feuerbach se ria de nós, por
isso não vamos ser antropomórficos ou seja não vamos projetar em Deus “o que
queremos ser quando formos grandes”, os nossos sonhos, quimeras, fantasias e
manias de grandeza. Vamos usar a Palavrar revelada na Bíblia e não afirmaremos
de Deus nada que não esteja ali afirmado, privilegiando aquela palavra que se fez
carne em Nosso Senhor Jesus Cristo. Decerto assim não erraremos, pois nos
amparamos da inerrância da Bíblia.
O Reino de Deus JÁ está presente no meio de
nós desde que Jesus o trouxe e iniciou. Mas sabemos que AINDA NÃO está presente
na sua plenitude. O mesmo dizemos do conhecimento de Deus. Já sabemos algo, o suficiente,
mas ainda não tudo. Um dia o veremos tal como Ele é. Entretanto, contemplemo-lo
como o pequeno Francisco, pastorinho de Fátima, ao referir à prima que vira
Nosso Senhor “naquela luz que Nossa Senhora nos metia no peito” e, extasiado
ante tamanha beleza exclamava, “Como é Deus!”
Omnipotente
Senhor, meu Deus! Tu começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a força do teu braço! Que Deus, nos céus ou na terra, poderá realizar as tuas obras e as tuas maravilhas? Deuteronómio 3, 24
"Não
é lícito para Mim fazer o que eu quero com o que é meu?" Mateus 20:15
Creio em Deus, Pai Omnipotente, Criador do Céu
e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis…Catecismo da Igreja Católica
Em relação a si mesmo, a omnipotência de Deus
manifesta-se no facto de que é, autónomo, livre, não dependente de nada nem de
ninguém, e autossuficiente, não necessitando de nada nem de ninguém. Pois, “assim como o Pai tem a vida em si mesmo,
também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo” (João 5,26). Não tem origem nem destino, pois é anterior a todas as coisas e todas elas nele subsistem. (Colossenses 1,17)
Em relação a nós, a omnipotência manifesta-se na criação do mundo, no plano de salvação,
na encarnação do seu filho, pois para Ele, «nada é impossível» (Lucas 1,37) e
ainda no sustento e manutenção da criação, onde tudo está ordenado com
perfeição e inteligência.
Deus é Senhor e Mestre sobre todas as Suas
criaturas, e tem irrestrito poder absoluto e jurisdição sobre elas. Isso
decorre necessariamente do facto de ser Deus e de a criatura ser dependente
dele para existência e atividade. No exercício desse poder, Ele não é
responsável perante ninguém; não tem que justificar-se diante ninguém. “Querer
é poder” diz o provérbio e queremos acreditar que seja assim; para Deus, de
facto, querer é sempre poder; para o homem, nem sempre.
Deus é senhor de tudo
"Tua é, Senhor, a magnificência e o poder
e a honra e a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na
terra; teu é, Senhor, o reino e tu te exaltaste sobre todos como chefe ... e tu
dominas sobre tudo..." 1 Crónicas
29:11-12
Compreendeis
o que vos fiz? Vós chamais-me “o Mestre” e “o Senhor” e dizeis bem, porque o
sou. Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar
os pés uns aos outros. Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz,
vós façais também. Em verdade, em verdade vos digo, não é o servo mais do que o
seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia. João 13, 13-16
O domínio e senhorio de Deus sobre o mundo e
sobre cada um de nós é um serviço de amor. Deus é um Rei magnânimo que reina
com justiça, lento na ira e rico em misericórdia. Cristo exerceu o seu Senhorio
lavando os pés aos seus discípulos, fazendo o serviço de um escravo, para nos
dizer que se o seu senhorio se manifesta em serviço, assim se deve manifestar
todo o poder. O poder de Deus não é abusivo, a sua nobreza não tem sangue azul,
a sua autoridade não é autoritarismo. Os seus ditames não são ditadura.
Deus é Amor
Sião
dizia: «O Senhor abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.» Acaso pode uma
mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas?
Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria. Eis que Eu gravei a
tua imagem na palma das minhas mãos. As tuas muralhas estão sempre diante dos
meus olhos. Isaías
49, 14-16
Caríssimos,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama
nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a
conhecer a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4: 8
Como Deus não precisa de nada nem de ninguém,
o seu amor é puramente incondicional. Como quem não ama não conhece a Deus, não
se pode amar a Deus sem amar o irmão; em conflito está com Deus aquele que está
e permanece voluntariamente em conflito com o seu irmão.
Omnisciente
Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me, sabes quando me sento e quando me levanto; à distância, conheces os meus pensamentos. Vês-me quando caminho e quando descanso; estás atento a todos os meus passos. Ainda a palavra me não chegou à boca, já Tu, Senhor, a conheces perfeitamente. Salmo 139, 2-4
"E não há criatura alguma
encoberta diante dele: antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos
daquele com quem temos de tratar" Hebreus 4, 13
Significa que Deus conhece todas as coisas de um
modo completo, absoluto e definitivo. O Seu conhecimento é infinito e não está
sujeito a qualquer limitação. Ele não precisa pedir nenhuma informação e não tem
dúvidas. Como é o Criador de tudo e de todos, nada lhe permanece oculto;
conhece todos os nossos pensamentos e é testemunha ocular de todos os nossos
atos. Sabe quem é o culpado e o inocente.
Não há, portanto, crimes perfeitos para Deus,
coisas que nunca virão a saber-se; não há segredos bancários nem profissionais,
nem vidas privadas; tudo é público e sabido aos olhos de Deus. Nada lhe escapa,
pois, está sempre atento. A impunidade, a falta de justiça, são possíveis perante
os homens, não perante Deus. Ao contrário do que acontece connosco, o seu
conhecimento não aumenta nem diminui, não perde a memória e os nossos crimes
não prescrevem.
O conhecimento que Deus tem do futuro é tão
completo como o que tem do presente e do passado. O que Deus sabe que
acontecerá no futuro, acontecerá inexoravelmente, pois Deus sabe-o não como
possibilidade, mas como certeza. O conhecimento de Deus não nasce das coisas
nem depende do comportamento delas ou porque elas existem ou existirão, mas
porque Ele, que é anterior às coisas, ordenou que estas existissem e existissem
para um determinado objetivo. Por exemplo, Deus sabia da crucificação do Seu
Filho e predisse-a muitas centenas de anos antes que Ele encarnasse.
É isto sinónimo da predestinação, de que tudo
está predestinado e predeterminado por Deus? Não, o facto de Deus saber quais
vão ser as nossas opções não nos faz menos livres para as tomar. Ele sabe quais
vão ser as nossas opções, mas não interfere nelas: estas são totalmente da
nossa responsabilidade.
Omnipresente
Onde é
que eu poderia ocultar-me do teu espírito? Para onde poderia fugir da tua
presença? Se subir aos céus, Tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, ali te
encontras. Se voar nas asas da aurora ou for morar nos confins do mar, mesmo aí
a tua mão há-de guiar-me e a tua direita me sustentará.
Salmo 139, 7-10
Deus não é limitado de nenhuma forma pelo
espaço nem pelo tempo. A sua presença é infinita, de modo que Ele está simultaneamente
presente em todo o tempo, em toda parte, com toda a plenitude do Seu ser. Isto
é possível porque Deus não é um ser material, mas sim espiritual. Deus é espírito, por isso, os que o adoram
devem adorá-lo em espírito e verdade. (João 4, 24). Como Deus é Espírito, é
também invisível aos nossos olhos e inacessível a todos os nossos sentidos.
Porém, para Ele, nós não somos invisíveis, nada lhe podemos ocultar.
Deus é transcendente e Imanente
"Sou um Deus próximo, diz o Senhor, e não
um Deus de longe? – (...) Eu não encho o céu e a terra?" Jeremias 23: 23-24
Ele não está longe de cada um de nós: porque
nele vivemos, e nos movemos, e temos nosso ser" Atos 17: 27-28.
Afirmar que Deus é transcendente, é dizer que
Ele é distinto e mais elevado do que a Sua criação, vive e existe fora dela sem
dela precisar, pois foi Ele que a criou; afirmar que Ele é imanente, é dizer
que Ele está junto, participa e dirige a Sua criação e nela, no seu conjunto e
em cada uma das criaturas, é o centro, o coração de cada coisa. Nada do que
acontece lhe é alheio.
Deus
é eterno
A eternidade é a negação do tempo; é o
conceito contrário ao tempo e temporalidade. “Fugit tempus, carpe diem”, o
tempo é fugaz, está em contínuo devir, um tempo dá lugar a outro; a eternidade
é estática, um contínuo e parado carpe diem. Este é um dos atributos que Deus
tem e que partilha connosco (João 10, 28).
Deus é Infinito
"O céu e o céu dos céus não podem te
conter" (I Reis 8:27).
O homem é finito e limitado na sua dimensão
corporal e física, com parâmetros bem definidos; pelo contrário, Deus não tem
parâmetros nem limites que o definam, os conceitos de infinito e omnipresença
são idênticos em Deus.
Deus é perfeito
O Deus
que criou o mundo e tudo quanto nele se encontra, Ele, que é o Senhor do Céu e
da Terra, não habita em santuários construídos pela mão do homem, nem é servido
por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, Atos 17, 24-25
A perfeição de Deus é uma das consequências do
seu ser infinito; tudo o que é limitado e finito é imperfeito ou aperfeiçoável,
uma vez que a expansão dos parâmetros implica a aproximação a um grau mais
elevado de perfeição. Consequentemente, algo sem limites é melhor e excede em
perfeição o que é limitado. O que vale para a perfeição, vale também para o
resto dos atributos morais de Deus como, santo, justo, Misericordioso,
verdadeiro, bom, paciente…
Deus é Imutável
Eu sou o Senhor e não mudo de opinião; por
isso, vós, filhos de Jacob, não fostes destruídos. Malaquias 3,6
"O Pai das luzes, com quem não há
mudança, nem sombra de variação" Tiago
1:17
A imutabilidade de Deus tem que ver com o
facto de ser perfeito; por isso, não está em crescimento, em nenhum processo de
ser melhor. Também não muda com o tempo, pois está para além do tempo e espaço,
que são suas criaturas. Deus é e de facto na bíblia Ele mesmo se apresenta
dizendo “Eu sou o que sou” (Êxodo 3, 14): Deus é autoreferente. E ao não ter
por cima dele ninguém por quem jurar, jura por si mesmo (Génesis 22, 16).
A mutabilidade tem referência a uma entidade
criada, a incidentes ou circunstâncias ou à vontade. Cada criatura, de uma
forma ou de outra, está sujeita a mudanças e tem dentro de si o potencial de
mudança ou de ser mudada. Deus, porém, é absoluto e, em todos os aspetos, é
imutável tanto na Sua essência como na Sua vontade; até mesmo a possibilidade
de mudança é totalmente estranha a Deus.
A imutabilidade de Deus é consequência da sua
perfeição; só se muda quem se reconhece imperfeito e tal só acontece com a
criatura que se reconhece imperfeita ante a perfeição do criador com quem se
confronta. Também não muda de opinião, pois é verdadeiro, conhece a verdade de
cada coisa e em tudo atua com sabedoria por isso não erra. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade (Hebreus
13, 8)
Deus é Fiel
Reconhece,
pois, que o Senhor, teu Deus, é que é Deus, o Deus fiel, que mantém a aliança e
a bondade para com os que o amam e observam os seus mandamentos até à milésima
geração. Deuteronómio
7:9
Quando Deus estabeleceu a primeira aliança com
Abraão, ordenou-lhe que matasse os animais e os cortasse pelo meio, colocando
cada metade à frente da outra. O costume era que cada um dos que entram em
aliança devia passar pelo meio dos animais divididos, simbolizando “que me
aconteça a mim o que aconteceu a estes animais se faltar à minha palavra”.
Conhecendo a natureza infiel do homem, a sua
incapacidade de manter a sua palavra, Deus passou pelo meio, mas não deixou que
Abraão o fizesse. Por isso, se formos
infiéis, Ele permanecerá fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. (2
Timóteo 2, 13)
Deus é Providente
Ele é
pai dos órfãos e defensor das viúvas, o Deus que habita no seu santo templo.
Deus prepara uma casa para os desamparados e liberta aqueles que estão
prisioneiros… Salmo
68, 6-7
Qual o
pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe
pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um
escorpião? Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos
filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lucas 11, 11-13
Deus é Pai e providente, rico em misericórdia
para quantos o invocam, a quem nada é alheio, pois sabe quando nos sentamos e nos
levantamos. Cuida de nós como filhos, pois somos o seu povo e ovelhas do seu
rebanho; como Pai que é, nunca nos faltará com nada, por isso, tal como as
crianças confiam absolutamente nos seus pais, assim devemos ser nós como essas
crianças, pois só elas entram no Reino dos Céus.
A criança tem esta confiança radical nos seus
pais e sabe que, apesar de eles não lhe darem tudo o que pede, nunca lhe vão
faltar com nada do que verdadeiramente precisa. *Por isso pede, pede, e pede,
mas sabe que nem todos os seus pedidos serão atendidos. Os que não são
atendidos, a resposta negativa, recebe-a pensando que os seus pais sabem melhor
que ela o que lhe convém. É neste espírito que devemos receber o silêncio de
Deus e o não atendimento dos nossos pedidos. Não como um desinteresse de Deus,
mas na fé de que Deus sabe muito melhor que nós o que nos convém a curto, médio
e longo prazo.
A criança não se preocupa com o dia de amanhã
vive despreocupada mas ocupada; a preocupação delega-a no seu Pai, e assim
devemos fazer nós. Pois não está em nosso poder aumentar um dia à nossa vida e,
por muito que nos preocupemos com o que vestir, não nos vestiremos melhor que
as flores do campo e a essas veste-as Deus.
Pe. Jorge
Amaro, IMC
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