Se vos irardes, não pequeis; que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento, (…) Toda a espécie de azedume, raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4, 26, 31-32
São Paulo reconhece, no versículo 26, que a ira faz parte da nossa natureza, que há muitas situações existenciais no nosso dia a dia que a podem desencadear; mas aconselha-nos logo a seguir no mesmo versículo a não lhe dar espaço, ou seja, a não fazer nada motivados por ela. Não devemos atuar exteriormente com base na nossa ira porque a ira é um sentimento e, como todos os sentimentos ou emoções, aponta para uma necessidade insatisfeita.
A ira não é então mais que um alarme que dispara no nosso sistema e que nos pede um “intervalo” para parar, respirar fundo e fazer um exercício de introspeção que tem como objetivo descobrir a sua causa em nós e não nos outros. Desta forma, evitamos o ressentimento que naturalmente leva ao azedume nas relações, à raiva, gritaria e injúria, tal como adverte S. Paulo.
Quando a ira é desencadeada em nós, são várias as respostas possíveis. Responder agressivamente no âmbito do “olho por olho dente por dente”; ser passivo / passivo, ou seja, voltar a agressividade contra nós próprios reprimindo assim a ira; ser passivo / agressivo, procurar a vingança de uma forma sorrateira do tipo “dar uma bofetada e esconder a mão”; ser assertivo defendendo-nos, mas sem atacar o outro.
Distinguir entre o que desencadeia a ira e o que a causa
A linguagem não violenta tem uma nova abordagem à ira: não se reprime, por, ser má, nem se descarrega, dando murros em almofadas, pois isso só faz com que aumente e, eventualmente, um ou outro murro pode acertar naquela que julgamos ser a causa da nossa ira.
O primeiro passo é ilibar o outro de toda e qualquer responsabilidade pela minha ira; ou seja, não dizer “irritas-me” porque nunca ficamos irritados pelo que o outro faz ou diz; o outro pode desencadear a nossa ira, mas não a causa. Num mundo violento, onde a culpa é uma tática de controlo, manipulação e coação, interessa confundir o estímulo dos sentimentos com a causa dos mesmos: “fazes-nos sofrer, ao teu pai e a mim, quando tiras más notas”. A mesma tática é usada entre namorados: “desiludiste-me ao não te lembrares do meu aniversário”.
Enganamo-nos a nós mesmos quando pensamos que os nossos sentimentos resultam do que os outros dizem ou fazem. Em vez de buscar em nós mesmos a causa da nossa ira ou de quaisquer outros sentimentos ou emoções, culpamos os outros, procuramos um bode expiatório e frequentemente descarregamos sobre ele a nossa ira em forma de vingança ou punição. A ira está para a sua causa como o fumo está para o fogo - onde há fumo, há fogo, onde há ira há uma necessidade nossa que não está a ser satisfeita. É esta necessidade que causa a ira e não o que o outro disse ou fez.
Rosenberg dá como exemplo o caso de um prisioneiro numa prisão sueca, a quem perguntam o que é que as autoridades da prisão tinham feito para provocar a sua ira; ele responde, “há já três semanas que fiz uma petição e eles ainda não responderam”. O prisioneiro fez uma pura observação sem misturar nenhuma avaliação, ou seja, sem qualificar o comportamento das autoridades prisionais; porém, o estímulo parece coincidir com a causa, ou seja, ele culpa as autoridades pela sua ira.
Identificar a causa da nossa ira na forma como julgamos o comportamento do outro
Ao voltar-se para si mesmo para encontrar a razão ou causa da ira, o prisioneiro descobriu que, de facto, o que sentia era medo de sair da prisão sem ter um curso, uma profissão para se poder sustentar. O que causa a nossa ira não é o que os outros dizem ou fazem, mas a nossa interpretação e avaliação negativa do que dizem e fazem, assim como o que nós dizemos a nós mesmos.
O prisioneiro descobriu que estava zangado por achar que não era justa a forma como estava a ser tratado, não era assim que se tratavam seres humanos. Sentimos ira porque interpretamos e julgamos como, mau, injusto, inumano, o comportamento do que desencadeia a nossa ira. O comportamento desencadeia a ira, mas o que a causa é a minha interpretação desse mesmo comportamento e o veredito que atribuo às pessoas, julgando-as egoístas, injustas, cruéis, etc….
A raiva resulta de concentrarmos a nossa atenção no que a outra pessoa "deve" ou "não deve" fazer e julgá-la como "errada" ou "ruim", “egoísta”, etc. A ira mantém-nos focados sobre o que não gostamos, em vez de nos ajudar a ligarmo-nos às nossas necessidades. Mudando o foco da nossa atenção, perguntando-nos pelas necessidades que ficam insatisfeitas enquanto acusamos os outros, o sentimento da raiva desaparece ou é substituído por sentimentos que servem a vida, como o medo, a desilusão a tristeza ou a dor.
Substituir o julgamento pela necessidade insatisfeita que lhe subjaz
As sentenças que pronunciamos ao julgar aquele cujo comportamento desencadeou a nossa ira são expressões alienadas e trágicas de necessidades nossas que se encontram insatisfeitas. Em vez de olhar para dentro de nós para nos ligarmos ao que necessitamos, saímos para fora de nós e acusamos e culpamos os outros pela insatisfação das nossas necessidades.
“Não é com vinagre que se caçam moscas” e esta não é certamente a melhor forma de as satisfazer. As acusações não provocam a cooperação dos outros para a satisfação das nossas necessidades, pelo contrário provocam defesa e retaliação. Mesmo que provocassem e conseguíssemos a sua cooperação por medo, vergonha ou culpa, mais tarde ou mais cedo pagaríamos esta forma de cooperação forçada.
Voltando ao prisioneiro sueco, Rosenberg perguntou-lhe que necessidades insatisfeitas estavam por detrás das acusações feitas às autoridades da prisão? Não foi fácil a resposta, pois estamos mais habituados a reagir e julgar os outros que a fazer exercícios de introspeção e ligação com o que verdadeiramente necessitamos; por fim, o prisioneiro disse “Bom, a minha necessidade é ser capaz de sobreviver conseguindo um emprego depois de sair da prisão; o pedido que eu fiz às autoridades era aprender um ofício durante o tempo de reclusão.
Perguntou Rosenberg, “Como te sentes agora?”; “com medo”, respondeu o prisioneiro. Ao ligar-se com a necessidade que provocava a raiva contra as autoridades, esta dissolveu-se por si mesma e deixou de se fazer sentir.
Reunindo-se com as autoridades da prisão depois deste trabalho de introspeção, depois de descobrir as suas necessidades, já não necessitou de os acusar, pelo que ao referir as suas necessidades e o seu medo, provavelmente encontrou a satisfação do seu pedido.
Se hipoteticamente, enquanto esperava a resposta das autoridades, o prisioneiro tivesse acesso à Internet e conseguisse inscrever-se num curso, ao ter encontrado, por outra via, a satisfação da sua necessidade, deixaria eventualmente de sentir raiva contra as autoridades prisionais. Isto prova uma vez mais que o que provoca a ira não é o que os outros dizem ou fazem, mas a nossa interpretação do que eles dizem ou fazem; a génese, raiz ou causa da ira porém está numa necessidade insatisfeita.
Ligarmo-nos com as nossas necessidades é muito difícil na nossa cultura porque fomos educados para não as ter, ou para não estarmos cientes de que as temos, e assim poder colocar-nos dócil e subservientemente ao serviço da pátria, do rei, da bandeira, do patrão, dos filhos, dos alunos, da instituição, da empresa…. Reconhecer e expressar necessidades é associado com egoísmo.
Fazer o ponto da situação na partilha do processo
Por fim partilhamos com a outra pessoa o processo que seguimos no nosso íntimo:
1. Começamos por revelar o que desencadeou a nossa ira, o que a pessoa fez ou disse que estimulou a minha ira. Às vezes é bom escrever para vermos tudo com maior clareza.
2. Expressamos a ira, tomando consciência de que estamos irados e que esta ira resulta não do que o outro faz ou diz, mas sim do que nós dizemos a nós mesmos como interpretação do que o outro faz ou diz. Perguntamo-nos o que é que dissemos a nós mesmos que causou a nossa ira?
É o julgamento que fazemos do que o outro disse ou fez, qualificando-o como errado, cruel, insensível, preguiçoso, injusto, etc. que provoca a nossa ira. Nós e só nós somos os criadores da nossa ira quando julgamos o comportamento dos outros como errado.
3. Procuramos a necessidade que não estava a ser satisfeita e que estava escondida atrás da forma como julgámos a pessoa que desencadeou a nossa ira. Assim sendo, traduzimos ou substituímos a apreciação que fizemos da outra pessoa pela nossa necessidade não satisfeita.
Evitamos dizer “estou zangado porque tu…” (fizeste… ou disseste… ou és…) e dizemos, “estou zangado, porque eu necessito… (revelo a necessidade insatisfeita).
No exato momento em que nos ligamos a essa necessidade, reconhecendo que é ela a causa da nossa ira, deixamos de sentir a ira, esta é substituída por um outro sentimento mais positivo e fácil de lidar. No caso do prisioneiro foi substituída pelo medo de não ter um trabalho depois de sair da prisão. Também é importante ligarmo-nos aos sentimentos e necessidades da pessoa que desencadeou a nossa ira.
4. Agora estamos prontos e capacitados para fazer um pedido à pessoa que me pode ajudar na satisfação da minha necessidade.
No caso do prisioneiro, seria assim: “há três semanas, fiz um pedido para o qual ainda não obtive resposta; estou com medo, pois tenho necessidade de ganhar a vida quando sair desta prisão; sinto que sem tirar um curso ou aprender um ofício, vai ser difícil sobreviver lá fora”.
A tristeza facilita a introspeção que nos impulsiona a encontrar a satisfação das nossas necessidades. Ao contrário, a ira atira-nos para fora de nós e, num primeiro momento, leva-nos a culpar os outros pela insatisfação das nossas necessidades. A ira, que resulta da forma punitiva como julgamos os outros, distrai-nos de tal forma que ignoramos por completo a necessidade ou necessidades que são a causa dessa ira. - Neste sentido, pode servir como chamada de atenção de que estamos completamente desligados das nossas necessidades - só aplacaremos a ira se encontrarmos dentro de nós a sua causa e não nos outros.
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Mateus 5, 9
Todos conhecemos os efeitos nocivos dos conflitos mal resolvidos: violência destrutiva, ódio, vingança, ressentimento, ansiedade, insónia, depressão, medo. Por isso, temos uma tendência inata a evitar os conflitos e a fugir deles como o diabo da cruz. Porém, a arte de viver conjuntamente não é a arte de evitar os conflitos, mas sim a arte de os experimentar e vivenciar positivamente para todos os envolvidos. Tal como a ira que não deve ser reprimida, o conflito deve ser vivenciado porque é natural, normal e neutro.
O conflito é natural
Deus não nos criou iguais, mas diferentes: somos diferentes em género, dentro do mesmo género em preferência sexual, idade, fisionomia, personalidade e carácter, gostos, escolhas, valores. A convergência destas divergências, não é fácil nem naturalmente harmoniosa.
Muitas arestas devem ser limadas para que a divergência natural resulte em convergência harmoniosa e, eventualmente, em complementaridade. A unidade de facto acontece quando olhamos para as nossas diferenças como uma mais valia e não como um defeito, quando descobrimos que nos complementamos e que essa complementaridade só é possível na aceitação das diferenças entre nós.
O conflito é normal
O conflito é inerente ao ser humano, tanto no plano individual com os conflitos internos, como no plano social como conflitos externos; por isso, é também transversal a toda a atividade humana -onde quer que a pessoa esteja há conflitos, no lar, na fábrica, na empresa, na escola, no hospital, na Igreja, em todas as instituições.
Como a nossa cultura nos ensina que o conflito é mau, não nos capacita para o resolver de forma a procurarmos a satisfação das necessidades de todos. Pelo contrário, só nos oferece as três formas clássicas de reação do cérebro reptílico: luta, submete-te ou foge e evita o conflito. O confronto é normal. O mau, funcionamento da sociedade ou de qualquer instituição vem da incapacidade de gerir os confrontos.
O conflito é neutro
Em si mesmo, o conflito não é bom nem é mau, não é adequado nem inadequado, não é certo nem errado. Tudo depende da forma como lidamos com ele. Tal como no caso da ira, no início, o conflito faz soar um alarme, é um sintoma de divergência, de uma crise que, como todas as crises bem geridas, levam a um maior crescimento.
Quando o conflito é mal gerido ou evitado, por medo, serve para manter o “status quo” e ainda lhe acrescenta um clima de insatisfação e uma violência contínua que envenena e corrói as relações, levando eventualmente a uma perda maior para todos os envolvidos se, por uma razão ou por outra, o conflito deflagrar efetivamente.
Quando a gestão acontece depois de muito tempo de guerra fria, o problema assumiu proporções dificilmente difíceis de gerir até porque, nessa altura a guerra fria já vai demasiado longa e já não há vontade de resolver o conflito.
O teu inimigo esconde-se de ti porque te odeia, tu escondes-te dele porque o conheces – diz um provérbio africano. Numa comunidade religiosa, empresa ou instituição, cujos membros vivem em clima de guerra fria, vemos como estes se movem à volta uns dos outros, como peixes num aquário e, quando acidentalmente se tocam, fazem faísca e repelem-se mutuamente.
Algumas causas de conflitos
• Não ouvir a opinião do outro porque não gostamos dele
• Querer que todos sejam iguais
• Não aceitar o outro como ele é
• Inferir motivos por trás de comportamentos
• Bloqueio de pessoas em papéis atribuídos
• Preconceitos, encaixar o outro em papéis atribuídos, impedindo-o de crescer e mudar
• Racismo, sexismo, chauvinismo
• Rivalidade, inveja, autocracia
• Crenças religiosas
• Narcisismo e exagero das pequenas diferenças, ignorando o que temos em comum
• Fixação nos pequenos detalhes, ignorando as grandes questões
• Crítica destrutiva constante
• Imposição de decisões a pessoas que não participaram na sua tomada
• Medo de enfrentar e confrontar alguém
• Negação e fuga de situações conflituosas
• Usar o silêncio como arma para controlar os outros
• Manipulação, insensibilidade
• Falta de reconciliação ou reconciliação prematura sem resolver a questão
• Ser tratado ou tratar os outros como crianças
Utilização das quatro etapas da CNV para resolver conflitos
Expressar a nossa vulnerabilidade, partilhando os nossos sentimentos, pode ajudar a resolver um conflito Marshall Rosenberg
Também na resolução de conflitos, como acontece na ira e noutros assuntos individuais e sociais, a CNV é como a varinha de condão que transforma os instrumentos de guerra em instrumentos de paz, a pedra filosofal que transforma em ouro tudo o que toca, a melhor matriz, o melhor paradigma ou modelo para resolver satisfatoriamente os conflitos que resultam e surgem da nossa vida em comum.
Ante um conflito ou sempre que nos encontramos no meio de um conflito nas nossas vidas, ou que presenciamos um, dos quatro passos da comunicação não violenta contribuem com uma clarividência que nos ajudará a comunicar com os outros compassivamente.
Observar e descrever objetivamente o que está a acontecer ou aconteceu; descrever os factos que compõem a situação que nos perturba, sem julgar, avaliar ou comparar com conflitos similares ou passados.
Ter consciência dos sentimentos e emoções que afloram em mim, tanto no meu corpo como no meu espírito; identificá-los e dar-lhes um nome, evitando palavras que contêm uma crítica velada aos outros e que me atiram para fora de mim e do meu sentir, como vítima, abandonado, rejeitado, incompreendido; estes não são sentimentos, mas sim palavras que avaliam a ação do outro. Ao nos responsabilizarmos pelos nossos sentimentos, evitamos lidar com a situação conflituosa como vítimas.
Ter consciência das minhas necessidades insatisfeitas e não dar por certo que os outros sabem do que precisamos, quando nem nós o sabemos. Esta forma de pensar provém da nossa infância, quando os nossos pais e educadores adivinhavam o que nos fazia falta sem que nós lho disséssemos ou mesmo sem que nós próprios tivéssemos consciência das nossas necessidades. Como adultos, é importante sermos capazes de identificar as nossas necessidades e fazer pedidos claros e diretos para as satisfazer. Assim, evitam-se os mal-entendidos e aumentam as possibilidades de que as nossas necessidades sejam verdadeiramente satisfeitas.
Quais são os nossos pedidos? Depois de identificar as nossas necessidades, o passo seguinte é fazer um pedido específico, viável, concreto e realista. Para estes pedidos, todas as respostas são “sim” e são positivas, mesmo quando há um “não” que só aparentemente é negativo.
Não devemos estar agarrados às nossas expectativas: a melhor resposta não é a que espero receber, mas a que o outro me dá. Todos precisam de se sentir livres para pedir o que precisam, assim como para dizer sim ou não às solicitações sem serem julgados, culpados ou criticados. Ao expressarmos as nossas necessidades, permanecendo abertos aos resultados, as relações tornam-se mais autênticas e satisfatórias. Como já sabemos, o “não” do outro corresponde a um “sim” às suas necessidades imediatas (que em CNV são também nossas) e a um adiamento das nossas.
Exemplo
Rosenberg fala de uma conferência que deu num campo de refugiados palestinianos; no exato momento em que foi apresentado como sendo americano ouviu-se uma voz estridente, “assassino”. Eis uma situação conflituosa que poderia resultar no insucesso da conferência e dificultar a sua segurança pessoal. Aplicando a CNV, eis o diálogo que se seguiu:
- O senhor está zangado porque gostaria que o meu governo usasse os seus recursos de forma diferente? (Não sabia se meu palpite estava certo, mas o que foi fundamental foi o meu esforço sincero para me ligar ao sentimento do meu interlocutor).
- É claro que estou zangado! O senhor acha que precisamos de gás lacrimogéneo? O que precisamos é de esgotos, casas, escolas, hospitais e uma pátria.
- Ou seja, está furioso porque em vez de gás lacrimogéneo, o senhor gostaria de ter do meu país um apoio para a melhoria das vossas condições de vida e para a independência política?
O diálogo continuou por mais tempo e Rosenberg pôs de lado os insultos e a linguagem dura para perscrutar os sentimentos e necessidades do palestiniano, ligando-se a elas empaticamente, sem concordar, discordar ou defender-se das suas afirmações. Rosenberg refere que, quando o homem se sentiu compreendido, conseguiu continuar a sua conferência, que terminou uma hora mais tarde com um convite para um jantar de Ramadão por parte do homem que lhe tinha chamado assassino.
Concluindo, para além de serem uma expressão dramática de necessidades insatisfeitas, tanto a ira como o conflito não resultam tanto daquilo que os outros dizem ou fazem, mas mais da forma como eu os julgo pelo que dizem ou fazem.
Pe. Jorge Amaro, IMC
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