15 de março de 2023

I Mistério: Imaculada Conceição e nascimento da Virgem Maria (1ª Parte)

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Maria é a nova Eva, como Cristo é o novo Adão, ou seja, o homem e a mulher como Deus os concebeu antes do pecado. O pecado não faz parte da natureza originária do ser humano. Por isso, quando Deus Pai pensou em enviar o Seu Filho ao mundo, não podia nascer da natureza pecaminosamente modificada do homem, mas da natureza original em que Ele o criou. A Imaculada Conceição da Virgem Maria é também o princípio da redenção de Maria, como o é para nós.

"Solus Christus sola fede sola scritura"
Esta é uma das frases lapidares de Lutero, cujo intuito é negar o valor da tradição, valorizando só a fé do individuo abstraído da comunidade cristã, e a Bíblia como palavra de Deus. Esta afirmação é uma falácia e é totalmente falsa: primeiro, é hipócrita, porque o mesmo Lutero, nos seus escritos, aceitou todos os dogmas que a tradição definiu, a identidade de Cristo como verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, a Trindade em que Deus é uno e Trino, assim como todos os dogmas marianos. Os dogmas ou definições de fé são o resultado de séculos de reflexão da Igreja, ou seja, têm origem na tradição.

Mas até a Bíblia é filha da tradição. Primeiro, existiu a Igreja e só depois a Bíblia, no que se refere ao Novo Testamento. Cristo não escreveu nada a não ser na areia quando lhe trouxeram a mulher apanhada em ato de adultério; sobre Ele durante a sua vida, só Pilatos escreveu a causa da sua condenação, colocada no cimo da sua cruz. Os apóstolos, os 12, nenhum deles escreveu coisa alguma, apenas se dedicaram a pregar depois da Ressurreição de Cristo. Foi a Igreja, quando já estava bem constituída, na segunda geração depois da geração apostólica, que deu à luz as escrituras.

Primeiro, surgiram as cartas de Paulo que eram mesmo cartas, pois no envelope, digamos assim, tinham a Paulo como remetente e, de facto, ele começava as mesmas apresentando-se. No lugar do endereço estava a comunidade cristã de alguma cidade, a de Roma na carta aos romanos, a de Filipo na carta aos Filipenses, a de Tessalónica na carta aos Tessalonicenses, a de Éfeso nas cartas aos Efésios, ou pessoas concretas como Tito e Timóteo; ou mesmo outras comunidades, como a carta anónima aos Hebreus, etc.

Os evangelhos surgiram mais tarde, cada um deles escrito por um autor diferente com o objetivo de apresentar os factos de Jesus de Nazaré a um povo diferente. Marcos, o primeiro, escreveu o seu evangelho em Roma para os Romanos; para o efeito, inspirou-se na pregação de Pedro. Mateus, um judeu que usou o nome do apóstolo Mateus, talvez porque se inspirou na sua pregação, escreveu para os judeus. Lucas, um grego doutor em medicina, discípulo de Paulo, inspirou-se na sua pregação para escrever para os gregos. João é mais uma reflexão histórica que um narrar dos factos, e não tem em vista nenhum povo em particular.

Até a expressão “Solus Christus” é uma falácia porque não temos um Cristo puro sem a tradição. Temos um Cristo de João, outro de Marcos, outro de Lucas e outro de Mateus. O verdadeiro Cristo é uma soma de todos eles, mas nem sobre a figura de Cristo podemos colocar de lado a tradição da Igreja. Tradição e Bíblia na Igreja católica entrecruzam-se como as duas espirais do ADN. A tradição dá à luz a Bíblia, mas esta depois inspira a tradição subsequente ao longo da História, pois a tradição é modificável, a Bíblia não.

A Bíblia, uma vez fechado o cânone, é a essência; a tradição são os acidentes. A Bíblia é fixa, a tradição mutável. A tradição é uma atualização da Bíblia ao longo dos tempos.

Semelhança com as emendas à Constituição dos Estados Unidos – Muitos países, verificando que a sua Constituição ficou desatualizada, fazem uma revisão da mesma ou escrevem uma nova. Isso não acontece nos Estados Unidos, país com uma Constituição imutável como se fosse o Evangelho e que não pode ser redigida de novo ou modificada, o que causa grave problemas, como por exemplo a autorização para o porte de armas de fogo.

Mas, como também nos Estados Unidos a realidade vai mudando, vão surgindo emendas ou “amendments” à Constituição que, para serem válidas têm de ser redigidas à luz daquela, mas são uma interpretação ou atualização da mesma ou ainda uma adaptação desta aos tempos modernos.

Semelhança com o dinossauro – Nunca ninguém viu um dinossauro ao vivo, pois enquanto eles por aqui andaram a raça humana ainda não existia. Porém, sabemos da sua existência porque aqui e ali foram encontrados ossos deste enorme réptil. Começámos a juntar estes ossos e a colocá-los hipoteticamente naquele que devia ser o seu lugar no corpo deste animal e, tal como num puzzle, chegámos ao resultado final; depois, foi uma questão de revestir os ossos com carne e pele, para obter uma reconstrução exacta de como eles eram.

Nunca foram encontrados num só local todos os ossos que constituem o corpo deste animal. Nos espaços vazios, foram colocados ossos artificiais. É certo que os ossos adicionados não são reais, como a tradição não é a escritura; mas estão na sequência das escrituras e concordam e harmonizam-se com elas. Os dogmas da identidade de Cristo, de Maria, de Deus uno e Trino são como os ossos que faltam no corpo do dinossauro, mas que podem deduzir-se logicamente dos outros ossos presentes.

Imaculada Conceição de Maria
É uma doce e piedosa crença esta que diz que a alma de Maria não possuía pecado original; esta de que, quando ela recebeu a sua alma, ela também foi purificada do pecado original e adornada com os dons de Deus, recebendo de Deus uma alma pura. Assim, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo o pecado.  (Martinho Lutero, Sermão sobre o Dia da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, 1527)

Os grandes reformadores protestantes, Lutero, Calvino e Zuínglio, aceitam todos os dogmas marianos. A indiferença, o desprezo e o quase ódio por Maria que certos protestantes manifestam nos dias de hoje, não provêm dos reformadores, mas de fanáticos posteriores a eles.

A Imaculada Conceição da Virgem Maria, solenidade que a Igreja celebra no dia 8 de dezembro, já perto do Natal do Senhor, é uma outra forma de começar de novo. É a substituição do dilúvio que destruía o antigo, o pecado, para começar de novo. Em Maria, Deus desistiu da destruição do mundo. Por isso, Maria é um “dilúvio não destruidor” porque, pouco a pouco, com o Reino do seu filho, vai inundar o mundo da Graça divina que mata o pecado. Maria é, portanto, a nova arca de Noé que salva a humanidade do pecado, porque contém este Salvador que é Cristo, seu filho.

Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho… Hebreus 1, 1-2

Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher… Gálatas 4,4

Maria não é o começo da história da Salvação: esta começou com Abraão e foi continuada de geração em geração por profetas, juízes, reis e outros líderes do povo escolhido. Maria é o culminar desta história, é, como refere acima o autor da carta aos Hebreus, os últimos dias ou, como diz S. Paulo, a plenitude do tempo.

A história da Salvação trata de pessoas que vão passando de geração em geração o germe do Bem, no meio de um mundo que vive a história do Mal. Porém, este germe do bem convive na mesma pessoa com o mal. Os que eram portadores do germe do Bem ou do testemunho do Bem nesta corrida de estafetas, não eram pessoas perfeitas, como sabemos pela Bíblia, onde os seus defeitos e pecados estão bem documentados, desde Abraão, Moisés, David a tantos outros que eram, como diria mais tarde Sto. Agostinho ao definir o Homem, “simul justus et peccator”, ao mesmo tempo justos e pecadores.

Maria é o último elo desta cadeia do Bem. Através de Maria, Deus fez os últimos retoques para eliminar todo o vestígio do mal na preparação da Encarnação do Seu Filho. É lógico que se Deus ia assumir a natureza humana para falar aos homens, não ia assumir a natureza humana caída em pecado, não ia assumir a natureza humana decadente de pecado dos nossos pais, mas sim a natureza humana que Ele tinha criado no princípio. Ou seja, ia assumir a natureza de Adão e Eva antes do pecado. Por isso se diz que Maria é a nova Eva e Cristo o novo Adão.

No momento em que o material genético da meia célula de Joaquim se uniu ao material genético da meia célula de Ana para formar um novo código genético, o ADN de Maria, Deus interveio na engenharia genética e substituiu os genes estragados ou corrompidos pelo pecado que vinham de geração em geração desde Adão e Eva, pelos novos genes, aqueles que o próprio Adão e Eva possuíam antes de arruinarem a natureza humana pelo pecado. Por outras palavras, substituiu as peças estragadas pelas peças originais.

Quando o Anjo Gabriel visita Maria, reconhece nela a nova Eva, ao pronunciar este mesmo nome ao contrário como saudação (Eva/Ave), Maria é obra da engenharia genética de Deus, Maria é a recriação de Deus em virtude da sua direta e intencional intervenção na História da humanidade. Porque Maria, em comunhão com o mesmo Deus, vai gerar, produzir a vacina contra o pecado que é Cristo Seu Filho. Maria não é apenas o início da Salvação para o mundo; na sua Imaculada Conceição, como preparação para a vinda de Jesus, ela é a primeira a ser salva.

Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna. João 3, 14-15

O filho de Maria é o que vai substituir a serpente erguida no deserto por Moisés, o salvador do povo judeu, para curar a todos da mordida da antiga serpente que envenenou Eva, Adão e os seus descendentes de geração em geração.

Conclusão
Se Cristo é em tudo igual a nós exceto no pecado, tem de ser filho de uma mulher que foi, por especial privilégio, também ela em tudo igual a nós exceto no pecado, ou seja, foi criada à imagem e semelhança de Deus. Maria é a segunda Eva, a Eva que não pecou e que nunca perdeu a semelhança com Deus.

Pe. Jorge Amaro, IMC

1 de março de 2023

Mistérios Marianos do Rosário

Sem comentários:

Porquê mistérios marianos? Porque os mistérios marianos fazem parte da vida de Jesus tanto como os gozosos, os luminosos, os dolorosos e os gloriosos. A vida de Maria está ligada à vida de Jesus, não se pode explicar ou escrever uma história biográfica de Jesus sem mencionar Maria, como os protestantes pretenderiam. Ela esteve na origem de Jesus, na sua vida pública, na sua morte e ressurreição, na vinda do Espírito Santo, no início da Igreja. Ela existiu antes e depois do verbo incarnado.

Os mistérios marianos são acerca de Maria na sua relação com Jesus. Seguem de perto a Jesus, são acerca do papel de Maria na história da salvação do seu filho. São acerca de Jesus pela ótica ou perspetiva de Maria. Tenho uma irmã que durante anos manteve um diário acerca das vivências com o seu filho, desde a sua conceção até à idade adulta. Os mistérios marianos são o diário de Maria, são aquilo que silenciosa e secretamente Maria guardava no seu coração.  (Lucas 2,16-21)

Não pretendo com isto dizer indiretamente que Maria seja corredentora, dogma que papa João Paulo II contemplou instituir, mas não o fez. Maria está ao serviço da história de salvação apesar de o seu papel ser o mais importante que o de qualquer um dos 12, pois ela foi e é mediadora de todas as graças e, portanto, da graça principal que é a vinda de Cristo ao mundo. Isto, porém, não faz dela corredentora ao lado do seu Filho. Ela própria foi redimida só que a sua redenção começou antes, na sua Imaculada Conceição. Se foi redimida não pode ser redentora.  

Apesar do seu papel importantíssimo na história da salvação, Maria não foi imprescindível nem o é agora. Se ela tivesse dito não ao anjo, Deus teria pensado noutra pessoa ou noutra forma de encarnar na humanidade, pois a Ele nada é impossível, como o mesmo anjo disse a Maria. Imprescindível na história da humanidade foi e é só uma pessoa: Jesus de Nazaré.

Aos que se riem de mim ou me questionam sobre quem sou para criar estes mistérios, “não és o papa nem nenhum bispo”, eu respondo que o Espírito Santo é democrático, não respeita as hierarquias eclesiásticas, sopra onde quer e sobre quem quer (João 3, 8). Os direitos de autor do Espírito Santo não pertencem a ninguém. Muito bem tem vindo à Igreja por intermédio de leigos e muito mal tem vindo à Igreja por meio de papas e clérigos.

Os 12 Mistérios Marianos
Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas.

Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono
. Apocalipse, 12, 1-5

Já temos mistérios no santo Rosário que são pura e tecnicamente marianos, os primeiros três gozosos e os últimos dois gloriosos. De facto, a primeira vez que me vieram à ideia os mistérios marianos, eram precisamente estes cinco, para serem usados em dia de sábado, dia especialmente consagrado à nossa Mãe celestial. Mais tarde pensei ainda em sete por ser um número perfeito na Bíblia e, por fim, em 12 inspirado na mulher do livro do Apocalipse.

As dozes estrelas na coroa de Maria representam as 12 tribos de Israel, os 12 apóstolos, o novo Israel, a Igreja, os 12 contributos para a história da redenção de Jesus Cristo, seu filho segundo a carne. Maria está coroada com estas dozes estrelas, doze atributos, doze joias da redenção da humanidade.

Quais são estes doze mistérios:

1. Contemplamos a Imaculada Conceição e o Nascimento da Virgem Maria.
Maria é a nova Eva, como Cristo é o novo Adão, ou seja, o homem e a mulher como Deus os concebeu antes do pecado. O pecado não faz parte da natureza originária do ser humano. Por isso, quando Deus Pai pensou em enviar o seu Filho ao mundo, Ele não podia nascer da natureza pecaminosamente modificada do homem, mas da natureza original em que Ele o criou. A Imaculada Conceição da Virgem Maria é também o princípio da redenção de Maria, como o é para nós.

2. Contemplamos a Anunciação do Anjo à Santíssima Virgem Maria.
Comum com o primeiro gozoso, mas que, como dissemos, é puramente mariano. O Anjo Gabriel é o arauto da Nova Era que está para começar. Deus vai visitar outra vez o seu povo, como o fez no Egito, mas desta vez a libertação é mais espiritual que física e mais abrangente, ou seja, não só para o seu povo, mas para todos os povos. Faz-se realidade o sonho e profecia de Isaías.

3. Contemplamos a Visita da Virgem Maria.
De estar com Deus e consigo mesmo, a estar com o próximo, esta é a vida do cristão que Maria exemplifica muito bem na sua vida. Mal ouviu que a sua prima necessitava da sua ajuda, levantou-se e deixou a sua agradável contemplação do divino, a sua paz e quietude, para se ocupar das necessidades dos outros. Desde que Maria visitou a sua prima ainda não parou de nos visitar sempre que estamos em necessidade: Guadalupe, Lourdes, Fátima e tantas outras, são a prova de que Maria sabe das nossas vidas e do que necessitamos em tempo oportuno.

4. Contemplamos Maria dando à Luz Jesus.
O Mistério Gozoso fala do nascimento de Jesus, esquecendo-se de quem o deu à luz. Contemplar o nascimento de Jesus sem contemplar aquela que O deu à luz é, para mim, uma formulação um tanto ou quanto protestante deste mistério. Até porque a protagonista do Natal é Maria, não Jesus, do ponto de vista gramatical: Jesus é dado à luz, Maria dá à luz.

5. Contemplamos a Profecia de Simeão sobre Maria.
À exceção de “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho” (Isaías 7,14), todas as profecias são sobre Jesus. O profeta Simeão profetiza sobre Jesus, mas também sobre a sua mãe. A vinda de Jesus ao mundo teve um preço e parte desse preço foi pago pela sua mãe que sofreu por Ele, desde a conceção do seu filho até à sua morte.

6. Contemplamos a vida da Sagrada Família.
A segunda pessoa da Santíssima Trindade fazia já parte de uma família no Céu; na Terra também é parte de uma família: Maria, o próprio Jesus e o seu pai adotivo José. O ser humano é um ser social porque é um ser familiar; fora da família, não há vida humana. A família divina da Santíssima Trindade é certamente modelo para a humanidade, mas fica muito longe de nós. Em Jesus, a Santíssima Trindade estabelece no mundo uma família para ser modelo de amor e harmonia para as nossas famílias.

7. Contemplamos a Mediação de Maria no casamento de Caná da Galileia.
Maria lança o Seu filho para a vida, não o retém para si, como muitas mães fazem. Lança-O para a sua vida pública quando Jesus pensava começar mais tarde. Jesus cede ao pedido da sua mãe como sempre cede a qualquer pedido. Neste mistério, Maria converte-se na mediadora de todas as graças concedidas pelo seu filho, ela que era já a mediadora da salvação, pois por ela nos veio o salvador.

8. Contemplamos a Maternidade e o discipulado de Maria.
Maria é mãe por que é discípula, ela ouviu a palavra e colocou-a em prática. Também nós, segundo o evangelho, podemos ser família íntima de Jesus, irmãos, se como ela ouvirmos a palavra e a colocarmos em prática.

9. Contemplamos Maria que se torna nossa mãe aos pés da cruz do seu filho.
Jesus sempre se preocupou pela sua mãe e, no término da sua vida, assegurou-se de que ela não fosse como a viúva de Naim, pois nem a viúva de Naim ficou só, sem o seu filho. Por outro lado, Cristo que já nos tinha dado tudo, deu-nos também a sua mãe, para que fosse também nossa para sempre na Terra e no Céu.

10. Contemplamos Maria que se torna na mãe da Igreja em Pentecostes.
Já sendo nossa mãe, Maria como perita em coisas do Espírito Santo, pois por seu intermédio concebeu, transforma-se em mãe da Igreja, mãe dos discípulos de Jesus, formadora em coisas do Espírito Santo, catequista do Espírito Santo, prepara a Igreja para Pentecostes e os discípulos para o seu Crisma.

11. Contemplamos a Dormição e Assunção de Maria.
Este é o penúltimo mistério glorioso que já de si é mariano, pois é exclusivamente de Maria, ainda que seja por Jesus que ela ascende ao Céu em corpo e alma, não por méritos próprios, de alguma maneira.

12. Contemplamos a Coroação de Maria como Rainha do Céu e da Terra.
A rainha-mãe é uma figura querida em todas as monarquias; Santa Helena foi uma rainha-mãe que muito influenciou o seu filho. Se Jesus é Rei do Universo, Maria é também Rainha do Céu e da Terra.

Conclusão
Como os Mistério, Gozosos, Luminosos, Dolorosos e Gloriosos não são só acerca de Jesus, também os Mistérios Marianos não são só acerca de Maria. As vidas de Jesus e de Maria estão entrelaçadas uma na outra como as duas espirais do ADN. Os Mistérios Marianos relatam como a vida de Jesus se repercute na vida de Maria.

Pe. Jorge Amaro, IMC