Com um teto tão baixo e uma camada tão fina de ar para respirar, torna-se difícil compreender como é que ainda há gente que não acredita que as atividades industriais, a queima de combustíveis fósseis e outras atividades têm um efeito nocivo sobre o nosso habitat.
História do conceito
Com a revolução industrial, a mecanização da agricultura, a expansão do comércio e a globalização, o mundo ocidental primeiro, seguido pelos países em vias de desenvolvimento e pelos países pobres, experimentou um desenvolvimento sem precedentes a todos os níveis: aumentou a produção, aumentou a população, aumentou o consumo, aumentou a necessidade de energia, aumentaram os meios de transporte, sobretudo o avião e o carro, a ponto de cada família, dos países ricos ter mais de um carro. A poluição e a deterioração ambiental foram consequências inevitáveis deste desenvolvimento.
Só não aumentou o nosso planeta e, como este não aumentou, depressa surgiram os resultados deste crescimento tão rápido e desmesurado, sobretudo por causa da filosofia do “usa e deita fora” que vigorou por várias décadas. O conceito da reciclagem é recente e ainda não entrou em muitas mentes, o que é bem estranho, com o dissemos no texto anterior acerca dos ciclos da água, do azoto, do carbono, do oxigénio, etc. A vida no nosso planeta sempre dependeu do reciclar dos mesmos elementos.
Reciclar foi sempre a filosofia de vida do nosso planeta, embora os seus habitantes tenham vivido durante muito tempo e muitos ainda vivam, segundo a filosofia de “usa e deita fora” - é mais barato comprar novo que consertar. Para quem é mais barato? Para a economia ou para o planeta?
A ideia do desenvolvimento sustentável surgiu na I Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, Rio de Janeiro 1992. Inicialmente, apenas se considerou o impacto ambiental do desenvolvimento, ou seja, a capacidade do nosso planeta sustentar um determinado nível de desenvolvimento sem esgotar os seus recursos nem comprometer a vida das gerações futuras. Os outros dois pilares - o económico e o social - apareceram mais tarde.
É simples saber se o que fazemos é sustentável: basta que nos perguntemos se podemos continuar a fazer isto uma e outra vez, para sempre? A primeira instância a inquirir é o meio ambiente - compromete o meio ambiente para as próximas gerações? Em segundo lugar devemos perguntar se conduz a um crescimento económico. E, em terceiro, se esse benefício económico abrange a todos ou só alguns, se promove paz, justiça e estabilidade social. Até agora, a riqueza que uns produzem é proporcional à pobreza que causa, ou seja, quanto mais riqueza mais pobreza. Por outro lado, em relação ao meio ambiente, temos vivido com a mentalidade do burro que diz “depois de eu morrer que não cresça mais erva em toda a terra, pois já não preciso dela”.
Desenvolvimento visto unicamente como crescimento económico destruiu o meio ambiente e causou profundas desigualdades sociais. Para o desenvolvimento ser sustentável, tem de ser tridimensional, ou seja, os aspetos de justiça social e proteção ambiental devem ser tão importantes quanto o crescimento económico.
Situação atual
“Muito antes de esgotarmos os limites físicos do nosso planeta ocorrerão graves convulsões sociais provocadas pelo grande desnível existente entre a renda dos países ricos e dos países pobres”. III Relatório do Clube de Roma (1976)
Para que um banco se mantenha de pé, tem de ter pelos menos três pés, ou seja tem que assentar num tripé. Assim é o desenvolvimento para ser sustentável: a curto e a longo prazo tem de ter estas três vertentes. O capitalismo há muito que inflaciona o desenvolvimento económico sem pensar nos outros dois e isto criou um mundo onde 1% da humanidade tem mais riqueza que os restantes dos 99%.
Mais concretamente, 1% da população mundial detém 54% da riqueza mundial e o resto da humanidade só 46%. A diferença é abismal e o pior é que o fosso entre os ricos e os pobres não para de crescer… O capitalismo que criou a classe média está a destruí-la, até nos países ricos e nos países em vias de desenvolvimento.
Imigração – As “graves convulsões sociais provocadas pelo grande desnível existente entre a renda dos países ricos e dos países pobres”, preconizadas pelo Clube de Roma estão já a acontecer. Para se defenderem, os ricos entrincheiraram-se atrás de grandes muralhas, umas em projeto de construção entre os EUA e o México, outras sob a forma de barreiras naturais, como o mar Mediterrâneo, impedindo os africanos de entrarem na Europa.
Os pobres estão impedidos de entrar na fortaleza europeia ou na América do Norte, no Japão ou na Austrália. Porém, os profissionais altamente qualificados, cirurgiões, jogadores de futebol, músicos, arquitetos, advogados, têm sempre as portas abertas. Aos países pobres vamos buscar matéria prima a custo mínimo, mão de obra barata, tráfico humano para adoção (não de todo má), mas também para a prostituição, para o tráfico de órgãos, etc. Isto leva-nos ao próximo tema - a globalização.
Globalização – Pela globalização, a Terra funciona como um todo. Os meios de comunicação acabaram com os constrangimentos do tempo e do espaço. Hoje não sabemos o que aconteceu passado algum tempo, sabemos enquanto ainda está a acontecer.
Mas para além da vertente informativa, a globalização é fundamentalmente económica e os seus dirigentes são cada vez menos os estados e cada vez mais as empresas multinacionais. Em busca contínua de mão de obra barata, que abrange frequentemente o trabalho infantil, as marcas e os logótipos das multinacionais apelam a um estilo de vida e formam uma cultura global que, pouco a pouco, substitui a cultura local.
De per se, a globalização não seria má ao fomentar a comunicação próxima entre todos os povos. Seguindo o princípio físico dos vasos comunicantes, quando ligamos um balde de água quase vazio a um quase cheio, a água passa do que tem mais para o que tem menos, até equilibrar os dois. Em princípio, pela globalização deveríamos chegar à igualdade entre os povos. O problema é que a globalização é uma invenção dos ricos para explorar os pobres. A comunicação faz-se por válvulas que são dispositivos que permitem que o movimento aconteça num único sentido. Neste caso, o movimento ocorre dos países pobres para os ricos e não dos ricos para os pobres.
Contaminação atmosférica - A civilização industrial obteve a sua energia principalmente de matérias primas não renováveis (combustíveis fósseis, sobretudo carvão e petróleo). Utilizou estas matérias primas sem controlo, como se fossem inesgotáveis. A contaminação do ar está a aumentar a um ritmo espantoso: numa só década, duplicou. A capacidade da Terra para suportar esta contaminação e evitar as suas consequências é limitada.
A indústria e os motores retiram do ar grandes quantidades de oxigénio e devolvem CO2. Consequentemente, respiramos cada vez mais um ar rarefeito que causa muitas doenças, nomeadamente o cancro, e faz subir a temperatura média do planeta através do efeito de estufa que este gás causa, não deixando escapar para o espaço o excesso de calor do planeta. Caminhamos para um planeta parecido com Vénus pela quantidade sempre crescente do anidrido carbónico.
Do ponto de vista biológico, a espécie humana está condenada à extinção se persistir em destruir o seu meio ambiente. Todo o organismo que destrói o meio ambiente em que vive, autodestrói-se. A ciência afirma que, para sobrevivermos, não basta cortar as emissões de CO2 em 20% até 2020 ou 60% até 2050, é preciso cortar 90% até 2030.
O problema da água - Em muitos países, o problema da água é a principal razão pela qual as pessoas não conseguem sair da pobreza. Cerca de 2,2 milhões de pessoas, a maior parte crianças, morrem diariamente de doenças associadas à falta de acesso a água potável, a um saneamento inadequado e à falta de higiene. As doenças relacionadas com a água são a principal causa de morte no mundo – 80% de todas as doenças no mundo. Prevê-se que no ano 2035 metade da população mundial viverá em condições de "insegurança” em relação ao abastecimento de água potável.
- “As guerras do próximo século serão pela água.” Ismail Serageldin, World Bank
- “A próxima guerra no Médio Oriente será pela escassez no abastecimento de água” Moammar Gaddafi
- “Estão criadas as condições para um século de conflitos por causa da água.” The Economist
O plástico - Não falamos apenas das toneladas de plástico encontradas no estômago das baleias o, microplástico proveniente das microfibras é ainda pior. Este sai das máquinas de lavar, vai para os rios e mares e faz parte da dieta dos peixes que mais tarde ingerimos.
Para além do plástico, o peixe já não é o alimento saudável que era porque os níveis de mercúrio presentes na água do mar não param de subir. Quanto mais velhos são os peixes, mais mercúrio absorveram.
Um planeta só com deveres - Ninguém defende os direitos do planeta. A Terra não tem direitos, só tem o dever de nos alimentar. Se não cuidarmos dela, ela não pode cuidar de nós, não pode sustentar a nossa vida.
A desflorestação - A criação de gado ou o monocultivo, da soja, por exemplo, está a provocar uma desertificação. Os terrenos utilizados só eram ricos dentro do ecossistema da floresta; sem as árvores, rapidamente empobrecem, sendo necessário recorrer aos fertilizantes químicos para que alguma agricultura possa ser praticada.
A desflorestação decorre a um ritmo acelerado, sem ter em conta que o crescimento ou recuperação é lento. Precisamos das árvores, não tanto para produzir oxigénio, pois a grande maioria do oxigénio provém das florestas marinhas, mas para absorverem CO2.
Os incêndios de origem criminosa que acontecem sistematicamente em, Portugal, na Califórnia, na Austrália, têm matado centenas de pessoas todos os anos, além de enviarem CO2 para a atmosfera e de desertificarem zonas que antes eram frondosas.
A camada de ozono, o gás azul que nos protege da radiação solar, diminuiu de tal maneira por causa do uso e abuso dos aerossóis, que já não é totalmente saudável apanhar banhos de sol. Na verdade, precisamos muito da exposição à luz solar para sintetizar a vitamina D, tão importante para a saúde em geral.
Lixo – As nossas cidades produzem toneladas e toneladas de lixo todos os dias. Por um lado, está a aumentar a sensibilidade para reciclar o lixo doméstico nas grandes cidades, por outro, proíbe-se a reciclagem que antes se fazia de restos de comida para os animais. Muita comida acaba no lixo, o que é contraditório.
Os acidentes com petroleiros no mar comprometem ecossistemas por muitos anos. É preciso muito tempo para os limpar. Crimes, como o incêndio deliberado de poços de petróleo na guerra do Iraque, que duraram anos, lançaram na atmosfera milhares de milhões de toneladas de CO2.
Ainda não decorreram muitos anos sobre o início da exploração espacial e já a órbita do nosso planeta se encontra cheia de lixo formado por satélites variados, velhos que deixaram de funcionar. Todos pensam em colocar mais satélites em órbita, mas ninguém pensa em recolher os que não funcionam.
Atitude de negação – Estamos a empurrar os problemas com a barriga. Adiamos as respostas aos problemas que temos neste momento e que vão piorar no futuro. A atitude geral é de negação, de não querer ver, de não assumirmos a responsabilidade pelos comportamentos do presente que vão negar o futuro das próximas gerações. Deus perdoa sempre, o ser humano só às vezes, mas a Natureza não perdoa nem esquece. Alguém dizia a este respeito que envenenar o nosso planeta é o mesmo que envenenar a placenta que alimenta um filho.
A Greenpeace afirmou que se todos os habitantes do planeta vivessem como os habitantes dos países ricos, consumindo e esbanjando os recursos do nosso planeta, a Terra sustentaria a vida por escassos 3 meses e depois morreria, contaminada e exaurida de recursos. Para que tal não acontecesse, seriam necessários os recursos de 10 planetas como o nosso.
O desenvolvimento sustentável parte do princípio de que é possível um desenvolvimento económico suportável e viável sem destruir o meio ambiente nem comprometer a habitabilidade do planeta para as futuras gerações, nem a justiça e a paz mundial. O desenvolvimento sustentável é aquele que harmoniza o crescimento económico com a realidade da biosfera ou a proteção do meio ambiente e as necessidades individuais e sociais de todos os povos que habitam o planeta, ou seja, com a inclusão social de todos.
Proteção do meio ambiente
Relativamente à qualidade do ar, que é o problema ecológico mais candente, o dióxido de carbono que a economia coloca na atmosfera não deveria exceder a quantidade que as plantas conseguem absorver pela fotossíntese. Da mesma forma, uma pessoa não deveria beber mais álcool do que seu fígado consegue sintetizar. Atualmente, não estamos a conseguir este equilíbrio.
A degradação ambiental causa problemas de saúde física, mas, por outro lado, esta mesma degradação provém dos valores morais e sociais das pessoas que aniquilam a preservação do meio ambiente. Quarenta e seis por cento da população mundial vive em cidades. Por isso, é preciso melhorar a qualidade do ar urbano, construindo mais zonas verdes no meio das cidades que melhorem o ar e captem as poeiras. Cobrir os telhados das casas com panéis solares de água quente e fotovoltaicos para ligação à rede elétrica, pouparia muita energia quando ela é mais precisa: durante o dia.
A análise do impacto ambiental é o termo que se refere aos cuidados a ter quando se constrói um empreendimento. Deve ser calculado o impacto que vai exercer sobre o ecossistema, sobre a vida vegetal e animal. Há cada vez mais espécies de plantas e de animais a desaparecerem, o que faz temer que, no futuro, a vida vegetal e animal se reduza à produzida pela agricultura e aos animais domésticos - o planeta não terá animais selvagens porque não haverá selvas, ocupadas pelo homem.
Ao tempo em que escrevo estas linhas fala-se de uma diminuição drástica dos insetos que são responsáveis pela polinização da agricultura, devido ao abuso dos inseticidas.
Crescimento económico
A empresa tem de dar lucro porque, se isso não acontecer, não poderá continuar a existir. O problema é a obtenção de lucro a qualquer custo. Há muitas economias ditas “saudáveis” à custa da saúde dos seres humanos que as sustentam. O que será mais importante: a saúde da economia ou a saúde dos que sustentam a economia? Parafraseando o evangelho, a economia fez-se para o homem e não o homem para a economia. Uma economia saudável assente na doença dos que a mantêm explorados com salários baixos, sem férias, com turnos superiores a 8 horas, tarde ou cedo colapsa, uma vez que as empresas não podem subsistir assim por muito tempo.
Para que uma economia seja saudável, tem de haver um equilíbrio entre as mortes e os nascimentos; tem de haver suficientes jovens trabalhadores para substituir os que atingem a reforma e subsidiar as suas reformas - aquilo a que se chama a solidariedade entre as gerações.
Nos últimos 200 anos, a economia mundial cresceu seis vezes mais que no passado e, nos países ricos, dez vezes mais. Este crescimento económico aconteceu à custa do carvão, na primeira fase da revolução industrial, e do petróleo na segunda. Para salvar a Terra deveríamos passar imediatamente para as energias renováveis. Mas, se passarmos, a economia deixará de crescer como tem crescido. Por outro lado, o modelo de vida dos países ricos não é sustentável porque, se todos os povos vivessem assim, a Terra morreria.
Para cuidar da terra e ao mesmo tempo deixar que os pobres vivam com mais dignidade, não pode haver crescimento económico nos países ricos. Teríamos que baixar o nível de vida, mas, como não o fazemos, arranjamos mecanismos para que os ricos sejam sempre ricos e os pobres sempre pobres. Por isso o desenvolvimento sustentável é uma utopia, uma quimera.
Inclusão social
A sustentabilidade deve ser procurada localmente por cada empresa. Esta deve olhar à sua volta e reunir todos aqueles cujas vidas são tocadas pela empresa: os fornecedores de matéria prima, os produtores, os transportadores e os consumidores dos produtos. Todos devem ser incluídos, porque formam uma grande comunidade. Se um perde, perdem todos a curto ou longo prazo.
Uma empresa que se preocupa com os seus trabalhadores, que divide os lucros entre eles, que apoia causas sociais, é uma empresa estimada pelos trabalhadores - quem corre por gosto não cansa – que estão motivados, trabalham melhor e produzem melhor. O explorador explora a Terra, o meio ambiente, explora os trabalhadores, pensando unicamente no lucro: acaba por perder os dois.
A política desempenha um papel importante ao premiar as empresas que são sustentáveis nos três níveis e ao aumentar os impostos das que não são, porque contaminam mais, porque não se preocupam com os trabalhadores, etc. Deste modo, ser sustentável é agora moda, porque convém e dá dinheiro. Esta é uma forma de a política tentar influenciar a economia, para que não seja só esta a dirigir o mundo. Toda a atividade empresarial deve ser economicamente rentável, socialmente justa e ambientalmente saudável.
A nível de uma empresa, parece ser relativamente fácil. Na primeira revolução industrial, houve alguns empresários que, a título pessoal, aplicaram estes modelos e foram chamados filantropos. Estender estas práticas à globalidade não parece fácil. No entanto, segundo o slogan “Pensar globalmente e atuar localmente”, a sustentabilidade deve ser procurada por cada empresa e não imposta de uma forma ideológica.
Dezassete objetivos do desenvolvimento sustentável para 2030
Estes eram os objetivos do milénio. Como não foram alcançados nesse prazo, tornaram-se nos objetivos para o ano 2015; e como também não foram alcançados nesse ano, são agora os objetivos para o ano 2030. Veremos se finalmente serão alcançados nesse ano, mas não parece que estejamos a ir nessa direção, quando vários países abandonam os acordos firmados como o de Paris e outros, não os cumprindo.
- Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
- Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável;
- Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
- Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;
- Alcançar a igualdade de género e capacitar todas as mulheres e meninas;
- Garantir disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos;
- Garantir acesso a energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos;
- Promover o crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
- Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação;
- Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles;
- Tornar as cidades e as povoações humanas inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis;
- Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis;
- Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos, reconhecendo que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a mudança do clima (CQNUMC) é o principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a resposta global à mudança do clima;
- Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
- Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda da biodiversidade;
- Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
- Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
"Água e ar, os dois fluidos essenciais dos quais depende a vida, tornaram-se latas de lixo globais"
Jacques Cousteau
O mercado produz tudo o que desejarmos, segundo a lei da oferta e da procura. Esta lei coloca nas nossas mãos um enorme poder: através da nossa procura, temos a capacidade de influenciar a oferta do mercado. Como consumidores não estamos conscientes deste poder, mas os produtores reconhecem-nos e por isso dizem que o cliente tem sempre razão.
O sistema económico da nossa sociedade habituou-nos a usar e usufruir dos bens de consumo sem nos educar para a sua aquisição - não nos dizem como estes bens são produzidos, por quem, em que condições de trabalho, com que recursos, que distância percorreram até chegar a nós.
Como consumidores, através das nossas escolhas, enviamos mensagens ao mercado - se preferimos um produto com certas características, o mercado tratará de o produzir; se escolhemos e compramos os produtos de uma empresa que adota comportamentos que respeitam o trabalhador e o ambiente, o mercado ipso facto vai-se orientando nessa direção.
Pelo contrário, se rejeitarmos um produto porque foi produzido contra os nossos valores, viajou muitos quilómetros, usou mão de obra barata ou, pior ainda, trabalho infantil, contaminou o ambiente, se o colocarmos de parte e deixarmos de o consumir, o mercado vai deixar de o produzir; basta que as vendas caiam escassos 5%.
Para além de nos mantermos conscientes no nosso dia a dia e de adotarmos hábitos ecológicos na nossa vida pessoal - como o de poupar água no chuveiro, andar a pé curtas distâncias em vez de usar o carro, reciclar o lixo doméstico, desligar a iluminação excessiva e desnecessária - o uso do poder que temos enquanto consumidores tem efeitos imediatos e duradouros que contribuem para um desenvolvimento sustentável assente na proteção do meio ambiente e num crescimento económico onde todos ganham.
Pe. Jorge Amaro, IMC
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