Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado! Lucas 12.49 |
A fé verdadeira é mais que uma cosmovisão - uma forma de ver e interpretar o mundo e a vida; mais que um assentimento intelectual à crença na existência de um Deus, Criador do Céu e da Terra e Salvador em Cristo seu único filho; mais que um sentimento de amor por Deus e pelo próximo; mais que uma opção fundamental, pois transversalmente penetra tudo o que somos, sentimos e fazemos. A fé é tudo isto, mas é também, e sobretudo, um dom de Deus. Tal fé encontra na Missão a sua expressão natural. Parafraseando o apóstolo, Tiago 2,17, a fé sem Missão é uma fé morta.
Missão e martírio são uma e a mesma coisa. Missão não é fundamentalmente pregar a palavra de Deus, nem fazer obras de caridade, Missão é dar testemunho da nossa relação íntima de amor com Cristo, e oferece-la aos outros. Ninguém pode dar o que não tem, se não possuímos uma relação intima, pessoal e amorosa com Cristo não podemos, nem devemos ser missionários.
Testemunho em Grego é “martirete”; o missionário é o que dá testemunho de Cristo, quaisquer que sejam as circunstâncias, a tempo e a destempo, a propósito e a desproposito, como diz São Paulo. Esse dar testemunho pode significar uma vida curta, como a de Cristo, dar a vida num minuto; ou pode significar uma vida longa, sendo fiel minuto a minuto, todos os minutos da nossa vida.
Há portanto duas formas de martírio, como há duas formas de combustão: combustão viva, “poner toda la carne en el assador”, ou combustão lenta, como quando se faz carvão vegetal, lentamente a madeira transforma-se em carvão, que por sua vez lentamente vai ardendo e aquecendo quem tem frio.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la. Marcos 8, 35
Missão apela à vida, martírio apela à morte. Em Cristo, vida e morte encontram-se harmonizadas: “What is not worth dying for is not worth living for”. Não ocupes a tua vida com coisas pelas quais não estás disposto a morrer; que a razão da tua vida seja a razão da tua morte e vice-versa.
Pe. Jorge Amaro, IMC
Acho que sao os seres humanos embora crentes nao estao preparadoo para levar a sua vida numa missão de um possivel martirio em prol da fidelidade dos ensinamentos de Deus .Embora eu ache que esta sociedade em que vivemos nos corrompa de tal maneira que o verdadeiro martirio de hoje sera talves nao negar Jesus e todos os seus ensinamentos e valores que nos transmitiu .Um abraço
ResponderEliminarOs estúpidos somos nós (sou eu) quando nos deixamos iludir pela mediocridade do “ter” impingido pela sociedade, quando na realidade basta pouco para se ser feliz. Pode parecer um cliché, mas a verdade é que por vezes quanto mais se tem, mais vazio se fica, porque falta o essencial… e “o essencial” - já dizia Saint Exupéry “é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”… Os santos é que foram mais perspicazes porque entenderam que a verdadeira riqueza não está no material mas no espiritual… “Vês a glória do mundo? É glória vã;/ Nada tem de estável, tudo passa/ aspira às coisas celestes, que sempre duram;/ Fiel e rico em promessas,/ Deus não muda” (Stª Teresa de Jesus)… e essa visão obriga a modificar a forma de viver, ainda que por vezes comece de uma forma ténue, mas a transformação está em marcha…
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